Friday, October 15, 2010

Dia do Professor


15 de outubro é Dia do Professor no Brasil. Escrevo para homenagear meus colegas e meus professores, sem os quais não seria o que sou.

Sou muito agradecida, pricipalmente aos professores exigentes, como dizíamos. Aqueles que nos davam provas e trabalhos difíceis e que me diziam "Ana, eu esperava mais de você..." se eu entregava uma pesquisa menos elaborada do que tinha potencial para fazer.
Todos esses professores me motivaram a buscar fazer sempre o melhor. Tinham verdadeira paixão pela matéria que ensinavam e nos transmitiam isso em suas aulas. Na escola pública! Da primeira série ao curso de especialização na faculdade, sempre estudei em escolas públicas...

Naquela época ainda havia francês na grade curricular, além do inglês.
Lembro-me nitidamente dos meus professores de francês :
Dona Magaly nos ensinou a cantar La Vie en Rose, que decorei palavra por palavra, cantando escondido em casa, porque era (e continuo) desafinada que só...
"Seu" Oscar nos dava provas de leitura oral. Tínhamos de ficar de pé em frente de toda a classe e ler em francês! Nunca tirei um 10 com ele. Só chegava no 9,5. Que raiva! Mas minha prima Bia, que tinha uma pronúnica perfeita, tirava sempre 10. Pelo menos era um 10 dentro da família...

E como não falar da animada dona Flor-de-Lis! Uma entusiasta do idioma, sempre nos incentivando a sermos melhores na matéria e na vida. Nos ensinou a cantar La Marseillaise, cujos primeiros versos nunca me saíram da cabeça.
Allons enfants de la Patrie 
Le jour de gloire est arrivé !
Contre nous de la tyrannie 
L'étendard sanglant est levé 
L'étendard sanglant est levé


Isso foi há muito, muito tempo, mas parece que foi ontem. E acho que foi mesmo, pois, qual não foi minha surpresa quando, há cerca de um ano tive a chance de ir a Paris pela primeira vez e descobri que falava francês! Jamais havia arriscado conversar com ninguém no idioma, que havia aprendido nos bancos da escola pública, quando a ênfase era em leitura, gramática e tradução, sem prática de conversação, a não ser nos diálogos decorados.
Pois a necessidade me fez arriscar e, como sempre estudei com afinco a gramática e as regrinhas de pronúncia que os professores nos faziam anotar no fim do caderno e consultar em caso de dúvida para as provas de leitura oral, consegui entender o que me diziam e, para minha surpresa, os parisienses também me entendiam! Foi o milagre da multiplicação do francês (que não é o pão, mas a língua): professores motivados + aluna aplicada = aprendizado mantido durante muitas décadas...

Fica aqui, então, a minha homenagem a todos os professores que, apesar das agruras de hoje em dia ainda seguem no ofício inspirando seus alunos e preparando-os para a vida.





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