Wednesday, November 08, 2023

Como se diz "torcer o nariz" em inglês?

Torcer o nariz, em português, significa o mesmo que desaprovardesdenhar. Poderíamos traduzir para o inglês como disapprovedisparage. Contudo, como temos aí uma expressão idiomática relacionada a uma expressão facial, ou seja, ao ato de franzir ou torcer o nariz para demonstrar que desgostamos de algo, ou que estamos bravos com alguém, creio que para uma boa tradução, o melhor seria escolher uma expressão que guardasse uma maior proximidade entre a idéia comunicada em português e a vertida para o inglês. Sendo assim, acredito que torcer o nariz, em inglês, fica bem traduzido como frown on/upon, que significa franzir a testa. Muda a parte do rosto sendo franzida, mas a idéia é a mesma. :-) Inclusive na literarura brasileira mais antiga, é comum lermos que um personagem franziu o cenho, sendo que cenho significa rosto. Caso você queira usar uma expressão mais informal que frown on / upon, você pode dizer look down on (que significa literalmente, olhar de cima em direção a algo ou alguém). 
E vejam só o que descobri em ótimo dicionário gratuito onlinefrown deriva do francês, froigner, que significa, literalmente, virar o nariz para cima, ou seja, torcer o nariz! Fascinante, não?



Tuesday, August 22, 2023

Leitores do Blog - Onde moram?

 

Leitores do blog - Onde vivem?

Apesar de meu blog sobre inglês e outros idiomas ser escrito em língua portuguesa, a maioria dos meus leitores vive em países em que o português não é a primeira língua. Provavelmente, são imigrantes aprendendo o inglês onde o idioma é necessário. Se você me lê, deixe seu comentário de onde está acessando o blog. Vou adorar saber! 💓



Wednesday, June 28, 2023

Que borboleta, cara pálida?!?!


Se tem uma coisa que me irrita é ouvir pessoas usando expressões traduzidas (mal) do inglês quando podemos transmitir a mesma idéia com expressões já consagradas e comuns em português.
Querem saber uma dessas expressões irritantes que umas celebridades da televisão brasileira adoram usar e que não quer dizer patavina?: "Borboletas no estômago". As celebridades costumam declarar que precisam sempre estar apaixonadas e que, se não sentirem que estão com borboletas no estômago quando estão com alguém, então não vale a pena. Cruzes! Se eu sentir que estou com borboletas voando dentro da minha barriga, aí é que não vou querer chegar perto da pessoa de jeito nenhum!
O que eu queria mesmo saber é quando foi que decidiram substituir a boa e velha expressão "sentir um friozinho na barriga" por "sentir borboletas no estômago". Alguém aí sabe?
A sensação de "frio na barriga" é bem conhecida: quando descemos do alto de uma montanha-russa sentimos; se vemos uma pessoa por quem estamos apaixonados também; e o danado do frio também aparece quando estamos na sala esperando por uma prova ou pelo chefe. Sentir frio ou friozinho na barriga é sinal de expectativa e ansiedade.
Agora, digam aí, como é que é sentir borboleta no estômago? Imagino umas asas fazendo flap-flap lá dentro e sinto um certo asco... E vocês, leitores, o que acham?

Wednesday, June 07, 2023

Corpus Christi



O feriado de Corpus Christi celebra o dia da instituição da Eucaristia, ou seja, o dia em que Jesus celebrou a partilha do pão na Última Ceia, segundo a tradição da igreja católica romana.
Corpus Christi (em latim) quer dizer Corpo de Cristo, que é representado pela hóstia sagrada no momento da celebração da comunhão (ou da Eucaristia) na missa dos cristãos.


Em inglês:
Corpus Christi é pronunciado assim:

 
Missa é Mass:



Eucaristia é Eucharist:





Última Ceia é Last Supper:


Hóstia é  Host, do latim, hostia = sacrifício.



Por hoje é só! Tenham um bom feriado (em inglês, holiday, palavra que vem do inglês antigo: holy + day, ou seja, dia santo, sagrado).



Monday, May 15, 2023

Como você pergunta How are you? de outras formas em inglês?



Aposto que você já sabe falar isto em inglês, certo?

- Hello! How are you?

- I'm fine, thanks. And you?

- I'm fine, thanks. 

Que tal aprender e praticar outras possibilidades?

Preparei uma lista aqui embaixo ▼ com várias alternativas para deixar seu inglês mais fluente.

Para ouvir a pronúncia, é só copiar o texto e colar no quadro nesta página .

Depois, apertar o botão de play ➤ e ouvir.

Tente praticar uma pergunta e uma resposta diferente toda semana

na sua aula de inglês ou com amigos da escola ou trabalho.

Em seguida, volte aqui e me conte quais suas perguntas e respostas favoritas.

Vou adorar saber.😀


How's it going?

It's going pretty well, thanks. How about you?

Not too bad. Thanks for asking.

Could be better, but I'm hanging in there.


How’ve you been?

I've been doing pretty well. How about you?

I've been keeping busy. Thanks for asking.

It's been a mixed bag, but things are improving.


What's up?

Not much. Just trying to stay busy. How about you?

Oh, not too much. Just enjoying the day.

Same old, same old. How about you?


How are things?

Things are going pretty well, thanks for asking. How about you?

Things are a bit hectic, but I'm managing.

Things could be better, but I'm staying positive.


How's life treating you?

Life is treating me pretty well, thanks. How about you?

Life has its ups and downs, but I'm doing okay.

Life could be better, but I'm grateful for what I have.


What's new?

Not too much, just trying to stay busy. How about you?

Oh, not too much. Just enjoying the day.

I've actually got a lot of exciting things going on right now.


How have things been with you?

Things have been going pretty well, thanks for asking. How about you?

Things have been a bit hectic, but I'm hanging in there.

Things have been up and down, but I'm staying positive.



How's everything [been going]?

Everything has been going pretty well, thanks for asking. How about you?

It's been a bit of a rollercoaster, but I'm managing.

Everything could be better, but I'm trying to stay optimistic.


How's your day been?

It's been a pretty good day so far, thanks for asking. How about yours?

My day has been a bit hectic, but I'm getting things done.

My day has been a bit stressful, but I'm taking it one step at a time.


How's your day treating you?

My day is going pretty well so far, thanks for asking. How about yours?

My day has been a bit overwhelming, but I'm managing.

My day could be better, but I'm trying to stay positive.


Thursday, February 09, 2023

Por que aprender inglês com música? Para passar no TOEIC, TOEFL, IELTS, CAE, BULATs...

Adoro treinar alunos para exames internacionais. Essa é uma área em que podemos alcançar resultados rápidos, dependendo, é claro, do empenho e do conhecimento inicial de inglês do candidato.
Uma das partes mais difíceis desses exames é a compreensão oral, o listening do idioma como é falado no dia a dia.
Existe uma maneira muito agradável de melhorar essa habilidade, que é praticar com música.
No site oficial do TOEIC (exame que atesta competência do candidato para usar o inglês no mundo do trabalho), há a seguinte recomendação, que também costumo fazer aos alunos que preparo para essa e todas as outras provas de proficiência da língua inglesa:


"Listening closely to the words in music (...) is a great way to improve their listening skills in English. The more they listen, the more they will understand vocabulary, idioms and expressions. Music helps them acquire the rhythm and stress patterns of spoken English." ["Ouvir atentamente as palavras da música (...) é uma ótima maneira de melhorar suas habilidades de escuta em inglês. Quanto mais você ouvir, mais vai entender o vocabulário, expressões idiomáticas e expressões. A música ajuda a adquirir os padrões de ritmo e ênfase de inglês falado."]


Nada como a música para nos ensinar o connected speech, ou seja, as ligações de palavras, as omissões de sons e sílabas, além do ritmo e da entoação do idioma. Afinal, cada língua é "cantada" de uma forma diferente!

No Curso Inglês Com Música, desenvolvido pelo Ulisses Carvalho do Blog Tecla Sap e do Canal Tecla Sap no YouTube e por mim, criamos atividades com 100 músicas dos mais diversos gêneros, para desenvolver as habilidades de compreensão oral, tão exigidas quando assistimos à aulas, conferências, cursos e reuniões em língua inglesa. Se quiser saber como funciona o Curso Inglês Com Música, clique aqui.

Se tiver alguma dúvida, deixe seu recado aqui no campo de comentários do blog. Terei prazer em responder!



Wednesday, May 11, 2022

Vou te ligar ou vou te gritar? Qual a diferença em inglês?

 É comum o brasileiro traduzir o nosso Eu ligo para você como I'll call to you. Pela lógica, como usamos a preposição para em português, automaticamente colocamos o to para expressar a mesma ideia. Acontece que I'll call you I'll call to you têm sentidos diferentes. No contexto isso não é um problema porque o interlocutor vai te entender. Mas é sempre bom saber a forma padrão da língua, caso você vá fazer uma prova, um exame, ou entrevista de emprego, em que a norma culta seja exigida. 

Escolhi duas imagens para ilustrar a diferença. Veja se você percebe qual é:


I'll call you. 
I'll call to you.

Call to someone significa gritar o nome de alguém, para chamar a atenção. Call someone é ligar para a pessoa, por telefone ou app de voz. 

Quer memorizar para nunca mais esquecer como dizer Eu te ligo em inglês? A melhor forma que conheço é com música. 🎸Não falha!

Cante junto da letra que aparece no vídeo e você vai se lembrar sempre que precisar dizer I'll call you


Treine com esta canção também, caso você não tenha certeza se quer ligar para a criatura. 😂

Maybe I'll call you (Talvez eu te ligue. Pode ser que eu te ligue). 


Ficou com alguma dúvida? Escreva aí nos comentários que terei prazer em responder. Have fun! 





Wednesday, February 16, 2022

Não se sinta um estrangeiro ao pronunciar a palavra foreigner em inglês!




Hoje vou falar sobre duas palavras do inglês que derrubam até alunos de avançado na hora de serem pronunciadas: foreign (estranho, estrangeiro) e foreigner (estrangeiro). 

How Your Amazing Immune System Protects You From Infection – Health  Essentials from Cleveland Clinic

Alguns exemplos de uso: 

Her body rejected the transplanted organ as a foreign object. (O corpo dela rejeitou o órgão transplantado como um objeto estranho.). 

I like to meet people from foreign countries. (Gosto de conhecer pessoas de países estrangeiros.). 

He's not from here. He's a foreigner. (Ele não é daqui. Ele é estrangeiro.) 

Para praticar a pronúncia de foreigner, veja o vídeo deste foreign teacher (professor estrangeiro).

Concentre-se em ouvir várias vezes e repetir a pronúncia até sentir segurança. Depois, pratique dizer foreign. Treine bastante para, quando precisar dizê-las, você não ter de ficar pensando ou hesitando. Vai sair naturalmente.

Se quiser ouvir os exemplos que transcrevi aqui, pronunciados por falantes nativos, é só copiá-los e colá-los na caixa de texto deste site.  Ali, você pode escolher qual pronúncia quer ouvir, de qualquer texto que você copie e cole para ele. Depois, é só clicar na seta de play e ouvir quantas vezes quiser. Essa é uma excelente ferramente para aprimorar sua pronúncia e fluência.


 Ler junto do áudio em voz alta é um ótimo exercício, que fiz muito quando estava estudando inglês e continuo fazendo até hoje, sempre que tenho um tempinho. Procure ler inglês em voz alta todos os dias, durante um minuto só por dia e, depois de uma semana, me conte aqui o que observou. Vou adorar ler as boas notícias!  

I hope you've enjoyed today's tip. 🙂 E se quiser aprimorar sua pronúncia por completo, inscreva-se no Curso Inglês Com Música. Por uma assinatura mensal, você vai desenvolver sua capacidade de pronunciar com precisão todos os sons da língua inglesa, cantando as mais de 100 músicas que fazem parte do material, desenvolvido por mim e pelo meu amigo e colega, Ulisses Carvalho, do canal Tecla Sap. Come have fun with us! 👧👨

Tuesday, February 15, 2022

Gramática social

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Você já deve ter ouvido falar em roupa social. Mas... e em gramática social?
Diferentemente da gramática que se ensina na grande maioria das escolas e que consiste no estudo das regras para estruturar as frases em uma língua, a gramática social estuda o que é adequado ou não usar em cada situação. Isso porque saber falar bem um idioma significa conhecer também a cultura do país em que a língua é falada.
Além de vocabuláriopronúnciaentonação e gramática, é preciso conhecer a gramática social. Por exemplo, nos Estados Unidos, tratar pelo primeiro nome uma pessoa em um posto profissional mais elevado, ou alguém de idade, pode ser visto como desrespeitoso. É preciso esperar que a pessoa diga que pode ser chamada pelo primeiro nome; caso contrário, deve-se chamá-la pelo título e sobrenome. Assim, se sua chefe se chama Mary Taylor, você deve se dirigir a ela como Ms. Taylor.
No Brasil, os alunos de inglês costumam chamar o professor de teacher, numa tradução do vocativo "professor", como em “Professor, tenho uma dúvida”. Mas em inglês, teacher não é título. Deve-se chamar o professor pelo título Mr. para homens e Ms. para mulheres (independente de estado civil) ou Miss (para solteiras), ou ainda, Mrs. para as que preferem ser chamadas pelo sobrenome do marido. Por conta da luta pela igualdade de gêneros, muitas mulheres preferem o título Ms.



É a gramática social que nos ensina também como e quando usar um palavrão e quando evitá-lo. No cinema e na música popular, por exemplo, é comum escutarmos o palavrão f*ck e seus derivados. O fato de ouvirmos isso o tempo todo não quer dizer que possamos sair por aí repetindo essa palavra, bastante ofensiva. Temos que prestar atenção ao nosso redor e verificar se a palavra é permitida na situação em que estamos inseridos, seja em viagem a trabalho, seja em um contexto social, ainda que descontraído, como em uma festa, ou ainda, na frente de crianças. Na minha opinião, acho sempre melhor evitar usar palavras de baixo calão, a menos que se tenha certeza do terreno em que se está pisando. Além disso, existe a questão de quem diz e para quem diz. Por causa da diferença na educação de homens e mulheres, é preciso considerar o que significa, em cada cultura, uma mulher ou um homem dizer ou ouvir um xingamento.
Para saber mais sobre o palavrão mais usado em língua inglesa, leia aqui.
Se você gostou desta dica, saiba que ela é só uma pequena amostra de muito mais que você pode aprender no Curso Inglês Com Música, uma parceria minha com o Ulisses Carvalho, do canal Tecla Sap no YouTube. Se quiser saber mais, visite a página do curso e se matricule. Você tem 30 dias para experimentar e, se não se apaixonar, pode pedir o valor integral de volta, mas vai poder levar com você todo o conhecimento que adquirir nesse período!

Monday, February 14, 2022

Valentine's Day

 O que chamamos de Dia dos Namorados no Brasil é o Valentine's Day, comemorado em 14 de fevereiro, em muitos lugares do mundo. Nos EUA, por exemplo, esse dia tem uma conotação diferente da nossa. Ele celebra todas as formas de amor, do romântico àquele entre pais e filhos, amigos de escola, professores e alunos, em suma, de pessoas que se gostam. Sendo assim, desejo a todos um Happy Valentine's Day! Que você sempre tenha muito amor, carinho e afeto em sua vida! 





Wednesday, September 01, 2021

Curso Inglês Com Música

 Que tal aprender inglês com mais de 100 canções de diferentes países? As matrículas estão sempre abertas e eu dou acompanhamento remoto todos os dias para tirar dúvidas. Um curso diferente de tudo que você já conheceu, elaborado pelo especilista em interpretação simultânea, professor e músico, Ulisses Wehby de Carvalho, e por mim. Experimente por um mês e, se não se encantar, devolvemos seu dinheiro na totalidade. Clique no link e veja todos os detalhes.

https://lnkd.in/dajc-Bse #teclasap #BlogDaAnaScatena #InglêsComMúsica #CICM #CursoInglêsComMúsica



Friday, July 23, 2021

A invenção do inglês

 Se você me conhece, já sabe o encanto e a admiração que as línguas, todas as línguas, me despertam. Para mim é sempre como se eu estivesse testemunhando um milagre quando um aluno que sabia muito pouco inglês começa a se comunicar e a entender o dioma. Todos nos maravilhamos quando um foguete vai ao espaço, mas nos esquecemos de observar a maravilha de tecnologia que temos, literalmente, na ponta da língua. Falar um idioma é uma conquista evolucionária de milhares de anos para nossa espécie. Falar dois ou mais é uma conquista do intelecto humano. Se o tema lhe interessa, assista a este vídeo sobre a "invenção" do inglês. Não tem nem 13 minutos de duração e há vários recursos que facilitam a compreensão: o narrador articula muito bem a pronúnica e fala pausado; há legendas e imagens; a velocidade do vídeo pode ser desacelerada. Aproveite e divirta-se! Eu adorei relembrar minha primeira aula de literatura inglesa na USP, em 1980 (OMG! Am I old!!!). 



Wednesday, June 16, 2021

Flirting in French - Paquerar (xavecar, para os mais novos) em francês


Noite passada sonhei que recebia um e-mail de um aluno me pedindo para tirar a dúvida dele sobre um pronome que aparecia ao final de uma mensagem que ele havia recebido. Só que o e-mail estava em francês! Fiquei pensando por que ele teria achado que eu sabia francês. Mas, de qualquer forma, resolvi aplicar minhas estratégias de leitura e puxar pela memória, afinal, quando frequentei a escola pública no século passado, estudei quatro anos de língua francesa, com professores muito bons.
Não me lembro de quase nada que estava escrito no e-mail do sonho, mas me lembro que meu aluno era convidado a ir jantar com os amigos, que avisavam que o jantar seria "chez nous".
Meu aluno me perguntava se o pronome "nous" estava certo.
No sonho, me pareceu que soava certo, mas há quantos anos eu não ouvia nem lia esse pronome! Muito menos lembrava da lista de pronomes que tinha aprendido em francês. Fiquei me esforçando: moi, toi... e o que vem depois disso? Isso tudo, no sonho!
Bom, como toda professora que se preza, qual foi a primeira coisa que fiz ao acordar?
Procurar - óbvio! - uma lição de francês no Google, meu professor (e, às vezes, médico) de todas as horas.
Digitei no campo de busca: Moi toi pronouns (pois não me lembrava da grafia da palavra pronome em francês).
Pois não é que o pronome estava certo mesmo? Achei a explicação aqui.
O engraçado é que não me lembro de quando aprendi a expressão "Chez nous" (= Na nossa casa). Uma das minhas excelentes professoras da escola pública, Dona For-de-Lis Prates, nos ensinou que Chez Moi queria dizer na "minha casa". Lembro bem dessa explicação, pois ela citou o nome da balada (que, no século passado, a gente chamava de "boatinha" = diminutivo aportuguesado da palavra, também francesa, boîte) da cidade.
Ela também explicou, que uma das boutiques (boutique é outra palavra francesa!) da cidade se chamava Casa de Monique em francês, ou seja, Chez Monique.
Como vocês podem ver, mesmo numa cidade no interior do estado de São Paulo e quase, quase no Mato Grosso, também éramos influenciados pela língua francesa, não a inglesa, como agora, na hora de nomear lugares para lhes dar um ar de sofisticação. Ou seja, ainda vivíamos um rescaldo, em meados do século XX, da influência cultural e econômica que a França exercera sobre o Brasil, notadamente a partir do século XIX.
Mas, a história de como outras línguas influenciaram o português do Brasil é assunto para outro post. Agora, se você é meio ansioso/a como eu, já pode ir lendo aqui mesmo.
E se você sabe tão pouco francês como eu, mas entende inglês, pode aprender mais sobre os pronomes franceses. E pode até aprender a xavecar em francês! Mas, antes que as más línguas se manifestem, meu interesse no assunto é meramente pronominal! Have fun! Amusez-vous bien!



Saturday, February 27, 2021

I’m feeling in the pink!

Jason Momoa, the Oscars, 2019


Em inglês existe a expressão "in the pink", que significa "em perfeita condição", principalmente em relação à saúde. Mas nem sempre o significado foi esse.

No passado, teve o significado de "o máximo, o ponto mais alto, o supra-sumo, a quinta-essência" de algo, como aparece em Romeu e Julieta, de Shakespeare:

"Mercucio: Why, I am the very pinke of curtesie."

["Mercucio: Ora, eu sou o supra-sumo da cortesia."]


Aqui vai outro exemplo, aleatório 😉: 

"Jason Momoa is beauty in the pink." ["Jason Momoa é o máximo da beleza, lindo de morrer, bofe escândalo!"] 😁


Outro significado antigo da expressão tem a ver com moda. "The pink of the mode" queria dizer "o must do momento", "o máximo em moda", "a crista da onda" 👵🧓. 

Outro exemplo aleatório: "Jason Momoa wore a pink tux, which is the pink of the mode, to the Oscars. " [Jason Momoa usou um smoking rosa, que é o último grito da moda, na festa do Oscar."] 🧓👵

Aqui embaixo tem a explicação completa para quem se interessar. Ou você pode fingir que está estudando inglês e só ficar admirando o Jason Momoa in the pink: em excelente forma física, o máximo, vestindo o que há de melhor no mundo da moda. 😁😁😁


"What's the origin of the phrase 'In the pink'?

The general usage of this phrase has altered somewhat since it first entered the language. We now usually see it with the specific meaning of 'the pink of condition', that is, in the best possible health. It is tempting but, as it turns out, misguided, to assume an association between 'the pink of condition' and the healthily glowing pink cheeks of new-born babies or energetic sportsmen/sportswomen and the like.


The earliest citations of 'in the pink' are from the 16th century and, at that time, the meaning was 'the very pinnacle of something', but not necessarily limited to health. The earliest example that I can find of pink being used with that meaning is from 1597 Shakespeare's Romeo & Juliet:


Mercucio: Why, I am the very pinke of curtesie.


The earliest citation I've found for 'in the pink' is from Leigh's Kensington Gardens, 1720:


"'Tis the Pink of the Mode, to marry at first Sight: - And some, indeed, marry without any Sight at all."


The 'pink of the mode', that is, the acme of excellence of fashion, was a common early usage and continued to be used throughout the 19th century, as here from Thackeray, 1840:


"In the very pink of the mode."

https://www.phrases.org.uk/meanings/in-the-pink.html

Thursday, November 19, 2020

De onde vem a expressão Black Friday?

 A etimologia é um campo da linguística que estuda a origem das palavras. Ela estuda indícios, pistas e exemplos em textos antigos, em registros dos mais variados, desde que o homem começou a gravar os sons da comunicação em alguma forma de escrita até os textos atuais em redes sociais, vídeos, programas de TV, streaming etc.

Da mesma forma que não sabemos exatamente muitas coisas que aconteceram no passado longínquo (por exemplo, como os dinossauros foram extintos), também não podemos precisar a origem de muitas palavras. Em relação a outras, podemos traçar toda a história, até sua utilização mais remota, como a da palavra entusiasmo, cuja etimologia discuto aqui

Existem outras palavras e expressões cujo significado inicial tem várias explicações plausíveis, sem que os etimólogos cheguem a um consenso. Esse é o caso da expressão inglesa Black Friday, já incorporada ao português do Brasil há um bom tempo.

Há algumas teorias que não têm qualquer relação com a realidade, como a que afirma que sexta-feira (Friday) após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving) era o dia em que eram vendidos escravos com descontos nos anos 1800, nas fazendas ao sul dos EUA e que a expressão viria dessa prática. Mas não existe qualquer evidência que ampare essa tese. Trago um vídeo aqui embaixo que fala sobre esse assunto, em português. Os YouTubers são o fenomenal Pirulla  e o Gilmar Lopes do ótimo site e-farsas, que pesquisa e desmente fake-news desde 2002. Eles contam por que essa tese não tem validade. 




Temos ainda 3 outras explicações que, embora tenham uma boa fundamentação, não chegam a alcançar um consenso definitivo. Neste post , o Ulisses Carvalho, do blog TeclaSap, conta quais são as 3 hipóteses mais utilizadas para explicar a origem do termo Black Friday, data em que quase todo o mundo ocidental enlouquece e vai às comprar procurando preços menores.

Se não quiser ler o post do Ulisses, assista ao vídeo dele aqui embaixo. Esse meu amigo sabe de tudo! 


Agora, que tal usar esse conhecimento sobre o assunto e colocar seu inglês para agir? Assista ao vídeo e deixe suas observações no campo dos comentários. Vou adorar ler. 


Também é muito importante ver o que o dicionário diz a respeito do termo Black Friday e quais referências cita sobre o emprego da expressão. Assista ao vídeo abaixo: 




Não posso deixar de comentar que, na expressão Black Friday como a usamos hoje em dia, a palavra black tem um certo sentido positivo, ao contrário das muitas conotações negativas associadas a essa cor. Por que será que isso acontece, hein? Mais uma vez, vai nos salvar a etimologia que, no caso da palavra black em particular, tem explicações mais de consenso (mas não muito 😄). 
Dizem que a palavra black tem um sentido pejorativo por estar associada a pessoas de pele negra e que, por isso, devemos evitar usá-la em termos como black list (lista negra), por exemplo. Eu acho que todas as formas de racismo são absolutamente condenáveis e devem ser combatidas, sejam em atos ou linguagem. 
No entanto, meu blog trata das palavras, seus usos e interpretações, suas origens. Me cabe, portanto,  esclarecer que a palavra black é muito anterior à sua associação às pessoas de pele negra, o que começa a ser feito lá pelo século XIX no ocidente. Explico melhor:
Em inglês antigo, black já foi grafado blæc e blec, e era sempre confundido com blac, por serem muitas vezes as duas palavras pronunciadas da mesma forma. Cabia ao contexto distinguir qual o significado atribuído, mas nem sempre ficava claro (aqui tem um trocadilho; continue lendo para entender). 
Blæc, especula-se, originou-se do proto-germânico blacaz, que significava queimado, como explica o dicionário etymonline.com. Já a palavra blac, de mesma raiz, significava brilhante, pálido, branco. Ou seja, o significado oposto! Segundo o dicionário etymonline.com, a associação contraditória dos dois significados se dá pelo fogo, que produz luz e brilho, mas que também torna escuro como breu aquilo que queima.
Estudando a origem de blæc aprendi que a associação da palavra a situações e ideias negativas vem desde muito tempo e é anterior até ao surgimento da língua inglesa. 
Fico pensando que a escuridão que amedrontava nossos antepassados tem muito a ver com isso: imaginem o escuro de um inverno sem eletricidade e com escassez de alimento, o que devia causar de medo, insegurança e tristeza. É fácil assim entender porque a humanidade gosta da luz, do claro, e teme o escuro. O livro A História do Medo no Ocidente tem um capítulo dedicado a explicar esse nosso temor ancestral.



Joseph Campbell afirma que foi o filósofo persa Zoroastro (ou Zaratustra, o tal da música de Strauss, inspirada em Nietzsche e tema de 2001, Uma Odisseia no Espaço) quem primeiro associou a escuridão com a ideia de maldade, no ano 600 AC. 

A desprezível e inaceitável associação de negativo com a cor da pele das pessoas não tem qualquer lógica, surge muito mais tarde na história universal, difundida a partir da escravidão de povos de diversas etnias africanas e já passou da hora de deixar de existir. 
Lendo o blog Grammarphobia (autores: Patricia T. O’Conner and Stewart Kellerman), ficou claro para mim o porquê dessa associação ser descabida: "This ancient opposition between day and night, light and dark, became a common motif in mythology. It’s unfortunate that dark-skinned people, merely by the accident of skin color, have become victims of the mythology."

As expressões positivas que encontrei com a palavra black são poucas e listo aqui embaixo. Se você conhecer mais alguma, conte aí. Outra coisa: você consegue perceber o que 5 destas 6 expressões têm em comum? 

in the black = no azul
the black cards = pessoas que possuem cartão de crédito preto
black-tie = traje a rigor
black gold = petróleo
Black Friday = Black Friday
black belt = faixa-preta

Para encerrar o tema do meu post: no Brasil, a correria do comércio batizada de Black Friday já se estendeu para vários dias no calendário, podendo durar o mês todo de novembro e até acontecer em qualquer época do ano. Além disso, surgiu a prática, por comerciantes desonestos,  de aumentar os preços antes da data e fingir que dão um desconto. A desonestidade passou a ser conhecida como Black Fraud: tudo pela metade do dobro. 😆😆😆

E então, gostou de aprender tudo isso? Comente aqui embaixo. Não me deixe no escuro!  😉

Thursday, October 29, 2020

Halloween não é o Dia das Bruxas!

Em 31 de outubro muitos países de língua inglesa celebram o Halloween. No Brasil a data começou a ser comemorada nas escolas de idiomas e hoje em dia está mais disseminada, apesar da crítica ao fato de ser uma festa "importada" dos Estados Unidos.
Na realidade, existe uma tese que afirma que essa festa tem origem nos povos Celtas  [em inglês, Celts] da Escócia e Irlanda, antes de Cristo. Quando houve uma escassez de batatas na Irlanda, os que fugiram da fome emigrando para os Estados Unidos, levaram sua tradição para lá.
Os antigos romanos também a comemoravam, e os cristãos, desde o século I,  têm uma data semelhante, que é o Dia de Finados (2 de novembro, data universalizada no século XI; All Souls' Day, em inglês), para celebrar os que já se foram desta vida.
Se analisarmos o nome Halloween, veremos que essa festa reúne o Dia de Todos os Santos (1o. de novembro; All Saints' Day em inglês) e o Dia de Finados (2 de novembro) dos cristãos, pois Halloween significa Véspera do Dia de Todos os Santos (All Hallows Eve = Eve of All Saints) e é um tributo aos mortos. A palavra hallow significava, antigamente, pessoa consagrada ou santo e objeto sagrado ou mágico. Hoje em dia, é usada como sinônimo de abençoar, santificar, consagrar.  Nessa data os povos Celtas celebravam o fim do outono, de abundantes colheitas, e o início do difícil inverno, um período de escuridão e privações no hemisfério norte. Essa data era, portanto, a passagem de ano para eles, que atualmente comemoramos em 31 de dezembro, na festa chamada Réveillon, palavra de origem francesa que significa acordar (em inglês,  New Year's Eve, ou simplesmente, New Year's). Assim como em nossa festa de Ano Novo, esses povos comemoravam o fim de uma época e o início de outra, a vida e a morte. 
No México e em alguns outros  países de língua espanhola, há a Festa dos Mortos, celebrada na mesma época.

Existe um movimento no Brasil para dar à data de 31 de outubro uma feição mais brasileira, comemorando o Dia do Saci. Acho a ideia divertida pois, como leitora contumaz de Monteiro Lobato, aprendi a amar essa personagem do nosso folclore. Contudo, o Saci é uma personagem traquinas e alegre, que prega peças fazendo tranças nas crinas dos cavalos, mas não tem relação nenhuma com a celebração dos mortos. 
Assim, acho que a data escolhida para o Dia do Saci não foi apropriada. Halloween é a celebração da morte, para que nós, os vivos, lembremos da nossa finitude. E o Saci é pura vida e remete à infância. Além disso, o Saci é uma lenda importante demais no nosso folclore e deveria ter uma data só dele, sem relação com o Halloween. 
É importante ressaltar, no entanto, que existe uma característica semelhante entre o Saci e seu hábito de pregar peças nos viajantes das florestas e de assustar crianças, e a tradição do Halloween, 
quando as crianças se divertem muito, pedindo doces nas casas. Quando não são atendidas, pregam peças nos moradores (viram latas de lixo, jogam papel higiênico nas árvores e ovos nas portas). Esse é o costume chamado trick-or-treating (travessuras ou gostosuras, como já foi traduzido o termo em alguns filmes.)
No Brasil havia uma tradição semelhante no Dia de Cosme e Damião (27 de setembro). Na minha infância dávamos doces para as crianças pobres nesse dia, que passavam pedindo guloseimas para os Santos Cosme e Damião. Hoje essa tradição resiste em pouquíssimos lugares.

Chamamos o Halloween de Dia das Bruxas no Brasil, e quem comemora a data se fantasia com temas ligados à bruxaria, à morte, ao medo, mas essa interpretação é parcialmente equivocada. Nos países em que a festa é celebrada tradicionalmente, as pessoas usam todos os tipos de fantasias (marinheiro, bailarina, esqueleto, etc, como em nosso Carnaval). É uma festa divertida, como o Dia dos Mortos no México e como nosso Carnaval, com comidas, bebidas, fantasias e muita alegria.
O Saci se aproxima dessa interpretação equivocada do Halloween como um dia de bruxarias por ser um ente endiabrado, mas não guarda semelhança com nenhuma das outras tradições mencionadas.

Analisando de uma perspectiva histórica, vemos que as tradições dos povos mais diversos se misturam em suas datas comemorativas. Assim, acreditar que Halloween é uma festa americana importada para o Brasil é enganoso. Nós temos a mesma data, só que celebrada de maneira diversa, em dois dias diferentes: no Dia de Todos os Santos e no Dia de Finados, festas emprestadas dos rituais pagãos com a popularização do cristianismo e, portanto, celebradas de maneira distinta do Halloween. 
Além disso, brasileiro é povo festeiro. Ouvimos "Festa!", estamos dentro! :-) Sendo assim, digo: bem-vindos sejam o Halloween, o Saci, o Carnaval, o Réveillon e tudo mais que for motivo para brincarmos e nos divertirmos! Happy Halloween! Happy Saci Day! 


Aprenda mais sobre a tradição do Halloween assistindo aos vídeos:






Clipart do fantasminha aqui.