Wednesday, July 23, 2014

Cursos de inglês para fins específicos



Por força do trabalho, cada vez mais as pessoas precisam aprender inglês, ou outro idioma, para desempenharem suas tarefas com competência.
Assim, operadores de máquinas podem aprender a ler em inglês para entender os painéis de controle em uma indústria, por exemplo. Nesses casos, entre 40 e 80 horas de aula de estratégias de leitura habilitam o profissional a compreender textos em sua área profissional. Com aulas particulares, esse tempo pode ser reduzido pela metade, dependendo dos objetivos de leitura do aluno. Muitos alunos que tive nessa área de estratégias de leitura alcançaram suas metas com apenas 20 horas de aulas.
Uma pessoa pode também ter aulas apenas de redação, para passar em um teste com essa exigência, ou para se comunicar por e-mail com a sede da empresa em que atua.
Um locutor de rádio pode ter aulas de pronúncia e entoação, para ler os nomes das músicas tocadas na programação.
Uma executiva ou profissional liberal pode precisar preparar-se para assistir a uma conferência. Nesses casos, focamos as habilidades que serão prioritárias no evento, combinando, por exemplo, estratégias de leitura, compreensão oral e conversação para fazer perguntas e participar de discussões. Se a pessoa já possui uma certa fluência em inglês, o tempo de treino pode ser de cerca de 15 a 20 horas.

Para as pessoas muito ocupadas para ter aulas com frequência semanal, essa é uma ótima opção para não abandonar os estudos. É possível planejar um ano de atividades para períodos em que o profissional esteja menos sobrecarregado. Tive um aluno em uma empresa, por exemplo, que só fazia aulas antes de viagens de negócios. Organizávamos um curso de imersão para cada ocasião, com um mês de aulas, 8 horas por dia. Durante aquele mês trabalhávamos as habilidades necessárias para que ele desempenhasse bem suas funções em inglês nos Estados Unidos.

Os cursos preparatórios para exames também funcionam assim: voltados para as necessidades mais imediatas dos alunos. Entre os mais procurados estão o TOEFL, o IELTS e o TOEIC.


Essa modalidade de ensino é chamada de "inglês para fins específicos" (em inglês, ESP - English for Specific Purposes) e tem por objetivo capacitar a pessoa para atuar em uma determinada forma do uso da língua. Por isso, esses cursos são mais curtos e, consequentemente, menos onerosos do que os cursos de inglês geral, que podem durar de 3 a 7 anos ou mais, dependendo da escola e do nível que o aluno pretenda alcançar.

UI, que dor!






Imagine esta cena:

Um cliente entra em uma loja de roupas masculinas e pede:

–Preciso comprar um teirno.
– Para que ocasião?
– Uma viagem de negóucios.
– Então, recomendo um tecido que não amasse na maila.
– Ótimo.
– Vou buscar alguns para o senhor escolher. Aceita uma água ou um suico enquanto espera?
– Não, obrigado.

Notou alguma coisa esquisita?
Primeiro: loja que oferece água e suico enquanto o cliente espera, só para os muito abonados!
Segundo: que jeito esquisito de falar é esse, gente? SuIco? MaIla?
Pois é, esse mesmo esquisito é o que pode causar estranheza ao ouvido de um falante nativo de inglês quando alguém diz:

/suit/ , em vez de /sut/ para dizer terno em inglês (suit)
/bíuzines/, em vez de /bíznes/ para dizer negócios em inglês (business)
/suitkeizi/, em vez de /sútkeis/ para dizer mala em inglês (suitcase)
/juis/, em vez de /djus/ para dizer suco em inglês (juice)

Colocar U e I onde não se deve provoca um problema que chamo de UI, ou seja, dor de ouvido em quem escuta. Brincadeirinha! 😀 Na verdade, o problema é a gente não ser entendido quando coloca o som a mais na palavra. 
Treine bem as palavras acima, portanto, para não sair por aí provocando UI nos outros!😉
E, para ter certeza de não ter uma recaída, sempre que passar aquele chatomercial do espremedor de suco - chamado pomposamente de juicer (juicer) - , mude imediatamente de canal (mesmo porque o comercial é muito longo e aborrecido!)
Todo professor de inglês sabe o estrago que uma propaganda com pronúncia inadequada em palavras inglesas faz na aprendizagem dos alunos.
Depois de o aluno ouvir um milhão de vezes aquela palavra repetida na propaganda, o pobre do professor fica em desvantagem na hora de ajudar a pessoa a acostumar com a pronúncia mais adequada.
Que professor (pelo menos os mais...digamos... maduros e experientes) não sabe da dificuldade para o aluno memorizar a pronúncia adequada de:
Success – lembram da marca de xampu? A propaganda dizia /SÂkces/, quando, na realidade, a sílaba tônica é a segunda: /sâkCÉS/.
Police – lembram da série Police Woman, professores experientes? A chamada para o programa anunciava /PÓlis/, quando a sílaba tônica, na verdade, é a segunda: /pâLÍS/.
Para ajudar meus alunos, costumo comparar com a palavra em português: poLÍcia – poLÍce; pelo menos o pessoal mais novo - mas nem tanto - sabe pronunciar certo por causa da banda The Police.
Agora temos esse famigerado infomercial (nome pomposo para propaganda que não acaba nunca) do Juicer, que vai deixar professores desta e de futuras gerações de cabelo em pé para ajudar os alunos a lembrarem da pronúncia adequada dos que crescerem ouvindo o I onde não deve!
UI, meu ouvido! ☺





* Cliparts que ilustram este post.

Monday, July 07, 2014

Para aprender um idioma, primeiro aprenda a frustrar-se

Como meus leitores sabem, estou aprendendo espanhol ou, pelo menos, tentando.
Quem diz que espanhol é fácil, nunca tentou aprender mesmo...
Claro que a gramática e o vocabulário são muito parecidos com o português e que ler em espanhol é sopa (gíria velha!) comparado com ler em tcheco, russo ou hebraico, etc, etc.
Mas tentem aprender os verbos direitinho, memorizando toda a conjugação com a grafia e pronúncia corretas. E o mais difícil ainda: tentem usar corretamente os verbos numa conversa...quando não dá tempo de pensar... Nossa! Que difícil! Mas estou me esforçando. Faço exercícios em livros, na internet e peço para a professora me tomar o ponto (expressão velha!)
Ou seja, no pain, no gain (sem esforço, não há ganho).
Quem acha que aprender qualquer idioma sem esforço e disciplina é possível, está enganado. Claro que o processo pode ser facilitado por  um professor competente e experiente, que tenha boa formação pedagógica e profundo conhecimento do idioma. Bons materiais e uma metodologia dinâmica ajudam. Agora, sem esforço do aluno para praticar, buscar oportunidades para ouvir, falar, ler e escrever o idioma, fica muito complicado.
O Ulisses Wehby, do ótimo blog Tecla SAP,   tem um texto muito bom com 10 dicas infalíveis para aprender um idioma. Logo no início ele já avisa que infalível não quer dizer simples nem fácil. Acrescento que também não quer dizer rápido...
Percebo isso muito claramente nos meus estudos de espanhol. Inúmeras vezes a professora tem de corrigir e explicar a mesma coisa, que juro que eu havia aprendido, mas que, na hora de falar, me escapa. Isso acontece por várias razões, que explicarei em um outro post. Por isso a persistência é tão importante.
E isso fica mais difícil com a frustração que acontece a cada etapa, a cada aula, a cada fala. Os erros são inevitáveis, por maior que seja o empenho, o esforço e a concentação. E continuarão a ocorrer, por muitos e muitos anos. No início, mais frequentes; depois, cada vez menos, mas sempre presentes.
Assim, eu acrescentaria à lista do Ulisses um 11º item: capacidade de conviver com a frustração.
Se você não conseguir persistir e manter-se motivado diante das frustrações, dificilmente vai falar um idioma estrangeiro. Por isso, é importante saber que frustrar-se é parte inerente ao processo de aprendizagem de uma língua. Minhas aulas de espanhol nunca me deixam esquecer disso... Mesmo assim, o prazer de falar um outro idioma supera tudo.
Espero que este post sirva de incentivo para que você, leitor, comece ou continue sua aprendizagem com muita determinação. A recompensa é muito boa!
Clipart gratuito aqui.