Noite passada sonhei que recebia um e-mail de um aluno me pedindo para tirar a dúvida dele sobre um pronome que aparecia ao final de uma mensagem que ele havia recebido. Só que o e-mail estava em francês! Fiquei pensando por que ele teria achado que eu sabia francês. Mas, de qualquer forma, resolvi aplicar minhas estratégias de leitura e puxar pela memória, afinal, quando frequentei a escola pública no século passado, estudei quatro anos de língua francesa, com professores muito bons.
Não me lembro de quase nada que estava escrito no e-mail do sonho, mas me lembro que meu aluno era convidado a ir jantar com os amigos, que avisavam que o jantar seria "chez nous".
Meu aluno me perguntava se o pronome "nous" estava certo.
No sonho, me pareceu que soava certo, mas há quantos anos eu não ouvia nem lia esse pronome! Muito menos lembrava da lista de pronomes que tinha aprendido em francês. Fiquei me esforçando: moi, toi... e o que vem depois disso? Isso tudo, no sonho!
Bom, como toda professora que se preza, qual foi a primeira coisa que fiz ao acordar?
Procurar - óbvio! - uma lição de francês no Google, meu professor (e, às vezes, médico) de todas as horas.
Digitei no campo de busca: Moi toi pronouns (pois não me lembrava da grafia da palavra pronome em francês).
Pois não é que o pronome estava certo mesmo? Achei a explicação aqui.
O engraçado é que não me lembro de quando aprendi a expressão "Chez nous" (= Na nossa casa). Uma das minhas excelentes professoras da escola pública, Dona For-de-Lis Prates, nos ensinou que Chez Moi queria dizer na "minha casa". Lembro bem dessa explicação, pois ela citou o nome da balada (que, no século passado, a gente chamava de "boatinha" = diminutivo aportuguesado da palavra, também francesa, boîte) da cidade.
Ela também explicou, que uma das boutiques (boutique é outra palavra francesa!) da cidade se chamava Casa de Monique em francês, ou seja, Chez Monique.
Como vocês podem ver, mesmo numa cidade no interior do estado de São Paulo e quase, quase no Mato Grosso, também éramos influenciados pela língua francesa, não a inglesa, como agora, na hora de nomear lugares para lhes dar um ar de sofisticação. Ou seja, ainda vivíamos um rescaldo, em meados do século XX, da influência cultural e econômica que a França exercera sobre o Brasil, notadamente a partir do século XIX.
Mas, a história de como outras línguas influenciaram o português do Brasil é assunto para outro post. Agora, se você é meio ansioso/a como eu, já pode ir lendo aqui mesmo.
E se você sabe tão pouco francês como eu, mas entende inglês, pode aprender mais sobre os pronomes franceses. E pode até aprender a xavecar em francês! Mas, antes que as más línguas se manifestem, meu interesse no assunto é meramente pronominal! Have fun! Amusez-vous bien!
2 comments:
Mais um belíssimo artigo! Adoro receber seus e-mail, obrigado ;-)
Que bom! Volte sempre e obrigada pelas palavras!
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