Wednesday, December 19, 2012

Merry Christmas!!



Aos meus queridos leitores, gostaria de desejar um Feliz Natal (em inglês: Merry Christmas!) e agradecer a simpatia de todos que participaram do meu blog neste ano, lendo, aprendendo, ensinando e deixando simpáticas mensagens.
Aliás, o blog já completou 6 anos no ar (ou melhor, na blogsfera!), com mais leitores a cada dia. Encerramos 2012 com mais de 50.000 visitas, ou seja, cerca de 140 leitores por dia. Como o blog não tem nenhum tipo de divulgação além daquela feita pelos próprios leitores, tenho muito que agradecer a todos que compartilharam meus posts este ano!
Deixo aqui dois presentes em retribuição:

1. O significado da palavra Christmas
“Celebração (missa) de Cristo”: Christ (Cristo) + Mass (missa)

2. Um vídeo sobre a origem da data.
Espero que gostem!
A Very Merry Christmas and a Happy New Year!

Como se diz Réveillon em inglês? E em português, hein?!!?

Antigamente (não tão antigamente assim, pois me lembro e não sou tão velhinha...), era comum batizar lugares com nomes franceses e usar palavras francesas para designar objetos do dia a dia. Quando saíamos para dançar, não íamos para a balada, mas para a boîte (boate), que, na minha cidade, se chamava Chez Moi (Minha Casa ou Na Minha Casa) . Na coluna social do jornal, para dizer qual era o nome de solteira de uma mulher, se escrevia antes do sobrenome: neé Silva, ou seja, nascida com o nome de Silva. Quando alguém estava tendo um caso com outra pessoa, ou seja, ficando, dizia-se que estavam tendo um affaire. Para ir ao banheiro em um lugar público, pedíamos para ir ao toilette... E por aí afora... Muitas dessas palavras estão presentes em nosso vocabulário, mas nem nos lembramos mais de onde vieram: restaurante, abajur, tricô...
É francesa também a palavra Réveillon (pronunciamos rêvêión), que utilizamos para designar a passagem do ano, a véspera do primeiro dia do ano. Em inglês, dizemos New Year's, que é uma abreviação de New Year's Eve (Véspera de Ano Novo). Pensando bem, talvez nem tanta gente diga  Réveilon para se referir à passagem de ano... Acho que muitas pessoas estão passando a dizer Ano Novo. Por exemplo: "Onde você vai passar o Ano Novo?". Eu, como sou do século passado, continuo dizendo Réveillon mesmo. É um jeito de preservar um pouco a história da influência do francês em nossa língua, hoje repleta de termos do inglês, um fenômeno natural, embora algumas vezes os empréstimos sejam desnecessários. Mas isso é assunto para outra mensagem.
Então, agora que já sabemos tudo isso, é só comemorar!
Bom Réveillon! Feliz Ano Novo!!!
Happy New Year!

Monday, November 26, 2012

Os indesejáveis do verão

O verão de 2010 trouxe uma série de coisas indesejáveis para nosso querido Brasil, como o mosquito da dengue, as enchentes, viroses no litoral e o by em todo lugar. Explico:
Agora, nada mais é da autoria ou propriedade de alguém. Tudo é by (que quer dizer de ou por em português).
Alguns exemplos da imprensa e publicidade:

"Foto by Fulano de Tal",  em vez de "Foto de Fulano de Tal".
"Creme hidratante by Fulana de Tal", em vez de "Creme hidratante da Fulana de Tal".

De onde veio essa praga, gente? Teria sido trazida pelo El Niño?
Como é que se combate isso? Inseticida acaba com insetos. Seria necessário inventar um Byticida???!?

Não, não é preciso inventar tecnologia nova. Essa praga, que serve apenas para dar um (falso) ar  de sofisticação como se escrever a boa e velha preposição de em português deixasse o produto ou a obra menos nobre, pode ser facilmente combatida com bons professores de redação em agências de publicidade, faculdades de comunicação, jornalismo etc, etc.

Na minha modesta opinião, qualquer produto ou trabalho que seja by Fulano, sempre me passa a impressão de exibicionismo e não da pretendida sofisticação. Por isso, nem olho.

Então, se você souber de alguém contaminado com by, professor de português nele! Produto disponível em qualquer cidade do Brasil! Em pessoa ou virtualmente!

Thursday, October 25, 2012

Que mal fiz para merecer isso?


É isso que todo aluno de inglês deve pensar quando o professor resolve lhe explicar os fatos da vida.

Alguns professores, para evitar um trauma, podem começar com um alerta (em inglês, "a heads-up"):

-Tem uma coisinha que não te expliquei ainda, mas agora acho que já é hora: Sabe os verbos regulares, aqueles aos quais só precisamos acrescentar -ed para formar o passado? Então, o que não contei ainda é que esse -ed pode ser pronunciado de três formas diferentes, dependendo do som (não da letra!) que vem antes do -ed.

E o aluno:

- Que mal fiz para merecer isso?

A boa notícia é que, com um pouco de treino (está bem vá, não vamos dourar a pílula: é preciso um bom número de horas de prática), é possível aprender de forma definitiva como pronunciar esse sufixo.

O leitor Marcelo me deixou uma mensagem muito simpática no post "Falar Italiano é Fácil", pedindo dicas para aprender a pronúncia do -ed e, depois, me deixou algumas dicas de sites. Em um eles, selecionei um exercício para vocês.

Divirtam-se!

Sunday, October 14, 2012

Dia da professora (Afinal, as mulheres somos maioria na profissão!)


Hoje o post é especial para meus colegas professores.
Como em 15 de outubro celebramos essa profissão tão em descrédito no Brasil atual, pensei em deixar aqui de presente alguns endereços de sites (sítios, em bom português) para facilitar nossa nada simples vida.

O site autoenglish traz uma infinidade de atividades e jogos em handouts gratuitos. Não é preciso nem se registrar! Bom para usar com alunos iniciantes. A maior parte das atividades é mais apropriada para crianças, mas há várias que podem ser adaptadas para adultos. Gosto das que ajudam a fixar vocabulário.
O site elllo é meu favorito para ajudar os alunos a praticarem/avaliarem compreensão oral. Os temas são muito ricos e os textos e gravações soam naturais. Tudo com jogos com figuras. Existe muito material, mas é possível fazer uma busca por nível, tópico, país ou meio (áudio, vídeo, etc.) Faça a busca pelos links no lado esquerdo da tela.

Como professor de inglês não pode nunca parar de estudar, sugiro o site Grammar Girl, com ótimas explicações sobre os usos da língua em podcasts que podem ser baixados gratuitamente, sem necessidade de registro. Já baixei alguns e fico escutando nas horas de folga (sim, hora de folga de professor = estudo!) Ótimo também para quem, como eu, prepara alunos para o TOEFL, SAT e GMAT. Ah, e alunos se preparando para esses exames também podem estudar ali de uma maneira bem eficiente, treinando também a compreensão oral, exigida no TOEFL. Ouviram bem, meus alunos? (Professor não perde a chance de pegar no pé!...)

E para encerrar, como homenagem especial, fica o link para um lindo poema de Robert Frost:  "The Road Not Taken"


Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,          
And that has made all the difference.            



Nós, professores, ao optarmos por essa profissão, escolhemos a estrada mais difícil. E isso faz toda a diferença, para quem ensina e para quem aprende.













Feliz dia da professora! (E do professor também, meninos!)

Sunday, June 24, 2012

É ridículo dizer moda fashion. Saiba por quê.

Tenho ouvido na TV alguns apresentadores dizerem que estão mostrando um desfile de moda fashion; ou que na cidade está se realizando um grande evento de moda fashion. Será que é preciso explicar por que não se deve falar assim? Acho que não. Mas vocês sabem como é professor, certo? Adora explicar, mesmo que ninguém tenha perguntado.
Ora, moda e fashion são duas palavras que significam a mesma coisa! Trata-se de uma redundância. É como dizer: "Vai haver uma grande liquidação sales". Ou, para não esquecer a já clássica e infeliz expressão, que depois de muito usada com ar superior por alguns, hoje desperta frouxos de riso em quem ouve: "Vou fazer um MBA para ter um plus a mais em meu currículo."
O dicionário ensina que fashion, style, mode e vogue são sinônimos, embora sejam palavras usadas em registros e contextos diferentes.
O dicionário Aurélio informa-nos que moda vem de mode, do francês.  Portanto, moda em português equivale a fashion em inglês.
Creio que as pessoas dizem moda fashion para referir-se ao que há de mais moderno em voga. Por que não dizer então: Moda atual, moda contemporânea, últimos lançamentos da moda? Que se diga "Semana fashion" em vez de "Semana da moda", já é difícil de aguentar; agora, moda fashion, já é demais... Ou não? O que vocês acham? Deixe seu comentário aqui. Vou adorar ler.
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Wednesday, May 23, 2012

Não torça o nariz para os quitutes da Maria Luiza!


A leitora Maria Luiza me pergunta, a respeito do texto sobre implicância alimentar, como dizer em inglês, “Alguém que torce o nariz para os meus quitutes”.
Primeiro, pensei que quitutes seria bem traduzido por delicacies, plural de delicacy. Mas resolvi investigar outros sinônimos e descobri outra verdadeira delícia, não culinária, mas vocabular: kickshaw!
Meu incansável e inseparável dicionário (www.answers.com/) online, gratuito, com som, tradução para várias línguas e etimologia da palavra, mais uma vez não me falhou.
Segundo o Answers (olha a intimidade com o dicionário!), kickshaw deriva do francês quelque chose (qualquer coisa), no sentido de algo especial, bom, como em “Essa musse de chocolate está qualquer coisa (de bom)!”
Quanto à expressão torcer o nariz, em português significa o mesmo que desaprovar, desdenhar. Poderíamos traduzir como disapprove, disparage. Contudo, como temos aí uma expressão idiomática relacionada a uma expressão facial, ou seja, o ato de franzir ou torcer o nariz para demonstrar que desgostamos de algo, creio que para uma boa tradução, o melhor seria escolher uma expressão que guardasse uma maior proximidade entre a idéia comunicada em português e a traduzida para o inglês. Sendo assim, acredito que torcer o nariz, em inglês, fica bem traduzido como frown on/upon, que significa franzir a testa. Muda a parte do rosto sendo franzida, mas a idéia é a mesma. :-)
E vejam só o que descobri em outro ótimo dicionário gratuito online: frown deriva do francês, froigner, que significa, literalmente, virar o nariz para cima, ou seja, torcer o nariz! Fascinante, não?
Assim, Maria Luiza, sua frase ficaria:
“Someone who frowns on/upon my kickshaws.”
Agora você já pode dizer para esses inconvenientes que ousam desdenhar da sua culinária: “Don’t frown upon my kickshaws!” (“Não torçam o nariz para meus quitutes!”).
Ressalto que tanto a palavra quitutes como kickshaws não são muito frequentes nos seus idiomas de origem, por isso a tradução de quitute para kickshaw ser apropriada nesse contexto. Ambas as palavras têm um tom mais formal. Além disso, a expressão frown on/upon também é usada em contextos menos informais. Um termo mais coloquial para expressar a mesma ideia seria look down on. Ex.: They looked down on the food I had worked so hard to prepare. (Eles desdenharam / fizeram pouco da comida que me esforcei tanto para preparar.)
Viram como tradutor sofre? Rsrsrsrs... Não basta saber a palavra no outro idioma. Temos de saber quem falou, para quem falou, com que intenção e em que contexto sociocultural... E depois traduzir tudo isso e não necessariamente todas as palavras. Mas isso é assunto para outro post.

Thursday, May 17, 2012

Quanto tempo leva para se preparar para o TOEFL

Muitos leitores me perguntam quanto tempo é necessário para alguém se preparar para fazer o TOEFL.
Vou explicar essa questão aqui fazendo uma comparação com a seguinte pergunta:
Quanto tempo se leva para chegar até o Rio de Janeiro?
A resposta é: depende...
Depende do quê?
Primeiro de tudo: de onde você está partindo? Se estiver em Macapá pode levar mais tempo do que se estiver em São Paulo.
Segundo: como você vai fazer a viagem? A pé, de carro, de avião? Isso interfere no tempo que a viagem vai durar.
Terceiro: do que você precisa para fazer essa viagem? Para começar, disposição, motivação (interna ou por pressão externa, como ter de ir a trabalho, por exemplo). Depois, tempo e dinheiro. Isso vai variar dependendo das condições da viagem. Se quiser chegar mais rápido, vai precisar investir mais. Se não quiser ou não puder investir muito, vai precisar de mais tempo ou conseguir outros meios financeiramente mais viáveis.
Assim é com o TOEFL.
O que determina quanto tempo você vai precisar para se preparar depende muito dos seus pontos de partida e de chegada. O ponto de partida é: quanto inglês você já sabe. O ponto de chegada é: a nota que você precisa alcançar no exame.
A leitora Elaine Pereira me pergunta se duas horas de estudos por dia  são suficientes. Para determinar isso, só sabendo em que nível a pessoa está (ponto de partida) e qual a nota e em quanto tempo a pessoa precisa estar com o resultado (ponto de chegada). Voltando à metáfora da viagem: Consigo chegar ao Rio de Janeiro andando duas horas por dia? Depende de onde você está saindo e a que velocidade anda por dia. Ou seja, depende de quanto você já sabe de inglês (ponto de partida) e de quanto vai conseguir aprender em duas horas por dia (rendimento da aprendizagem) além de qual resultado você precisa alcançar (ponto de chegada).
No TOEFL não há uma nota mínima de aprovação. Em princípio, pessoas de qualquer nível de conhecimento de inglês podem fazer o exame e receber uma nota (um score). Essa nota permite a empresas e escolas que utilizam o TOEFL como referência para escolher candidatos,  saber quanto de inglês essa pessoa pode entender e produzir, indo do nível mais iniciante ao mais avançado, que seria semelhante ao de um falante nativo e com boa instrução formal.
Para determinar seu ponto de partida, leia as sugestões aqui.
Beijo a todos e boa viagem! :-)

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Monday, May 14, 2012

Mais sobre o TOEFL

Hoje publico o e-mail de um leitor aflito. Devia ter feito isso há muito tempo, mas só posso escrever em minhas escassas horas vagas, as quais ultimamente não tenho tido.
Mas antes tarde do que nunca. Leiam a carta, pois sei que há muitas pessoas que podem se identificar com o problema; depois, leiam minhas sugestões.

Estimada Ana,

Hoje entrei pela primeira vez em seu Blog. Fiquei realmente encantado. Muito claro e objetivo. Não é cansativo e motiva-nos.
Meu interesse, além de aprimorar o inglês, era obter informações sobre o TOEFL. Encontrei muita coisa e esclareci muitas dúvidas.
Permita-me invadir seu precioso tempo, mas preciso de uma orientação.
Fiz inglês na escola Escola X. Terminei. Mas fiquei com um gostinho amargo na boca. Era o que, financeiramente, me permitia.
Atuo na área internacional de uma grande empresa brasileira, mas estou deficiente no idioma.
Procuro auto-motivação lendo artigos de revistas e jornais internacionais, mas perco-me na complexidade das frases. (Time, News Week, CNN, Business Week, etc.)
O site que mais aciono diariamente é o da Wharton University e da Business & Strategy, os quais me atualizam em diversos segmentos que gosto.
No site da Wharton baixei vários podcasts, os quais ouço e leio o texto, o que é fascinante.
No carro, durante meu percurso até o trabalho, onde perco 40 min. pela manhã e mais 40 min, no fim da tarde, passo ouvindo os podcasts que baixei.
Obviamente a atenção ao trânsito coloca minha mente “acho” que 50% (será??) disponível para absorver o vasto conteúdo.
Bem, estou frustrado, pois depois de 1 ano agindo assim, ainda tenho pouco vocabulário e dificuldade para conversação.
Quero mudar isso. Desejo obter o TOEFL no início de 2013. Para tanto quero dispender 2 horas por dia de dedicação do idioma.
Please help me ! Vou conseguir? Sozinho? Não disponho de muito recurso para pagar  Escola Y, Escola Z, etc. Voltar a escolas do nível da Escola X me preocupa.
Professor particular? Será?
Puxa, desculpe o longo texto, pois estou desesperado, pois preciso desenvolver meus negócios particulares também na área internacional, mas meu inglês é medíocre.
Um grande abraço e parabéns. Já estou divulgando seu blog na minha rede de relacionamentos, pois é condicionante de sucesso para pessoas que se encontram no mesmo caminho que eu !
V. M.

Caro V.M.,
Muitas pessoas se encontram em sua situação. Realmente, estudar inglês é caro pois é um investimento de longo prazo, principalmente para o mundo dos negócios, que exige fluência para negociações.
Há muitas escolas por aí, mas nem todas têm o mesmo nível. Há algumas que prometem mais do que é possível. Sempre desconfie daquelas que prometem fluência muito rápido e compare número de horas oferecido em cada uma. Nunca compare meses ou anos. Pergunte: qual o total de horas em cada estágio e para o curso todo? Só assim você vai saber quanto está pagando por hora/aula e quanto tempo estará realmente em contato com o idioma.
Sobre sua maneira de estudar ouvindo e lendo, acho boa, desde que te traga os resultados esperados. Como você não tem visto resultados, seria bom mudar de estratégia. Talvez você precise ouvir os CD sem outras distrações.
Para o Toefl, recomendo primeiro conhecer bem o exame e depois fazer muitos exercícios. No site oficial do exame há simulados (cobrados). Você pode fazer uma seção do exame por algo como 6 dólares ou o exame todo, por cerca de 45 dólares. O exame é feito online e você recebe uma avaliação do seu desempenho.  Com isso em mãos, você pode focar sua aprendizagem e, caso não consiga avançar sozinho depois de um tempo de estudo, consiga um professor particular profissional para tirar dúvidas. A parte de Speaking precisa ser praticada com um profissional, que vai corrigir seus erros e ajudá-lo a superar dificuldades.
O site com os simulados pagos é este: http://toeflpractice.ets.org/
Também fico à disposição aqui para tirar dúvidas. 
A minha experiência me mostra que a principal característica das pessoas que conseguem bons scores no TOEFL é a disciplina para estudar todos os dias e não se deixar abater pelas dificuldades e fracassos temporários.
Volte sempre ao Blog para obter mais informações e aquela força para continuar animado. Você consegue!
Bjo
Ana Scatena

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Monday, May 07, 2012

Vai tirar a roupa íntima para provar o vestido?

Outro dia pedi para provar um vestido que vi numa vitrine. Por baixo do vestido havia uma camiseta de alcinhas. A vendedora me perguntou: “Você quer provar com a underwear por baixo?” Pensei: “Ela está me perguntando se quero experimentar a roupa vestindo minha roupa de baixo (underwear)? Mas é óbvio que sim! Por que eu tiraria minha roupa de baixo para provar um vestido?”

Depois dessa rápida confusão semântica, compreendi que estava com meu vocabulário de moda (ou vocabulário fashion?) defasado. Em minha cabeça, a camiseta de alcinhas chamava-se, ainda, camiseta de alcinhas. Mas parece que hoje em dia chama-se underwear.

Acho engraçado como a moda vai mudando o nome das roupas, fazendo parecer que o mesmo é outra coisa. Uma camiseta de alcinhas, por mais que se modernize seu corte, o tecido ou a tecnologia com que é fabricada, continua sendo uma camiseta de alcinhas. Por que chamá-la com outro nome? Se fosse para deixar mais claro do que se trata, eu entenderia. Mas não é o caso.

Lembro-me que no final da década de 90 entrei numa loja e pedi para ver uma camiseta da vitrine. A vendedora, num tom reprovador, me perguntou se eu queria ver o top que eu apontava. Pensei comigo, “Em inglês, top pode ser qualquer coisa que se use na parte de cima de algo; uma tampa de panela pode ser chamada de top; qualquer peça de roupa usada acima da cintura pode ser um top, como um sutiã de biquini, por exemplo.” Achei melhor não perder meu tempo explicando aquilo tudo. E me recuso, até hoje, a pedir para ver um top quando quero ver uma camiseta, um sutiã, uma blusa ou uma jaqueta numa loja.

Mas agora parece que camiseta nem top é mais; virou underwear. E já ouvi o termo sendo usado, adequadamente, para designar camiseta feminina, com alcinhas ou com mangas, camiseta masculina e cuecas. Digo adequadamente porque as camisetas antigamente serviam como roupa íntima. E as cuecas também, embora atualmente muitos homens as ostentem puxadas acima das calças para mostrarem que são fashion!

Em inglês, qualquer roupa íntima pode ser chamada de underwear (sob + vestir = under + wear). O problema é que se trata de um termo amplo, que designa uma categoria, ou seja, várias peças do vestuário. Se temos em português os nomes para essas peças, por que recorrermos ao inglês? Ainda mais, como no caso que citei no início, de forma redundante. Quando se diz under, o sentido é sob, por baixo. Dizer que vou provar uma roupa com a underwear por baixo é um desperdício de palavras, de fôlego, de energia e de tempo. Além disso, a palavra não especifica de que peça se está falando. Ou seja, usamos o mesmo número de palavras, só que para comunicar com menos precisão:
Quer provar o vestido com a underwear por baixo?
Quer provar o vestido com a camiseta por baixo?


O que vocês acham disso? Será que estou implicante demais?

Thursday, February 16, 2012

Sobre materiais para o TOEFL - resposta a um leitor

Recebi uma pergunta muito boa sobre o Toefl e vou responder em um post, pois sei que pode ajudar muitas pessoas interessadas em fazer esse exame:

Ana, tudo bem? Gostei muito do seu blog, ricas informações principalmente vindas de uma pessoa com a sua experiência. Pretendo fazer a prova, e me preparar sozinho em casa com um bom livro. Você faz menção a um livro preparatório "The Official Guide to the TOEFL iBT". Li vários posts na Amazonm muitos disseram que é útil mas náo para a prova real do Toefl para quem almeja um high score. Então pesquisei outras opções (Barron's TOEFL iBT Superpack; Kaplan TOEFL iBT with CD-ROM; Kaplan Cracking the TOEFL iBT with CD, 2012 Edition; The Official Guide to the New TOEFL iBT with CD-ROM), e todas tem algum comment que deprecia. Pode me dizer com sua experiência qual desses seria a melhor opção pra comprar pela Amazon, para quem aprendeu inglês sozinho, já morou fora, mas que precisa dos macetes precisos e certos para se sair bem nas pegadinhas das provas oficiais do Toefl? Muito obrigado.

Primeiro, obrigada pelos elogios! Agora, vamos às orientações que você me pede.
O Official Guide é o único livro escrito pelos organizadores do exame. Como eu disse em outro post, ele serve de referência para o candidato verificar quão próximo está do score desejado. Os outros livros têm bons simulados, mas o Official Guide é o único que publica exames reais anteriores. Além disso, ele vem com um CD com as mesmas provas que estão no livro para que o candidato treine no computador para o TOEFL iBT (internet based TOEFL). Por isso, acho que não dá para estudar sozinho sem ter essa referência.
 Mas esse material por si só pode não ser suficiente, caso o score inicial do candidato esteja muito abaixo do desejado. Então, o melhor é treinar também com outros livros. Nenhum material diático é perfeito, pois as pessoas são diferentes, com necessidades específicas. Acho o material da Longman bem completo. Tem um nível introdutório e um preparatório. O melhor é o candidato ver algumas páginas dos dois livros para saber qual é mais adequado a seu nível. O nível introdutório é mais fácil e o preparatório é do nível de dificuldade esperado para o TOEFL.
Os materiais da Kaplan e de Princeton também são bons, só que com menos exercícios. Os da Princeton são divertidos. Falam do exame com humor sarcástico. 
Agora, para treinar para a parte de Speaking do exame, é preciso ter a ajuda e avaliação de um professor, com conhecimento sobre o TOEFL e sobre os critérios de avaliação. 

Um aviso importante: Não tenho qualquer relação com as editoras citadas no post. O que faço aqui é apenas responder a pedidos de ajuda e sugestões dos leitores com base na minha experiência. A escolha e compra de materiais deve ser feita a partir da análise dos próprios leitores, levando em consideração suas necessidades específicas. Este é um blog sem patrocinadores e sem fins lucrativos e não pretende induzir o leitor a comprar qualquer dos livros mencionados.

Bem, é isso. Espero ter ajudado.
Clipart gratuito aqui.

Sunday, January 22, 2012

E o que mais falta?

Vejam esta manchete de jornal: "Falta passistas altos nas escolas do Rio."
Pergunto aos leitores: E o que mais falta?
Alguns poderiam dizer que falta assunto ao jornal, já que a manchete não é lá muito relevante, mas, como este é um blog sobre idiomas, a manchete serve para chamar atenção para uma falta  que vejo surgir cada vez com mais frequência em jornais, revistas e televisão; na Internet e redes sociais, então...
Estou falando da falta da concordância entre sujeito e verbo.
Pela gramática normativa, ou seja, aquela que dita as normas sobre como a língua culta deve se articular, o sujeito sempre deve concordar com o verbo em número. Explicando melhor: se o sujeito está no singular, o verbo deve ficar no singular; sujeito no plural concorda com verbo no plural.
Por exemplo:
A menina é campeã de natação.
Os meninos correm atrás da bola.

O problema acontece quando o sujeito aparece depois do verbo, como em "Falta passistas altos nas escolas do Rio." O sujeito é passistas, mas está depois do verbo. Mesmo assim, a regra é a mesma. O verbo precisa concordar em número com o sujeito, ficando a oração assim: FaltaM passistas altos nas escolas do Rio.

Outros exemplos:
Falta  um mês para o Carnaval e o Rio tem uma carência de passistas altos para as escolas de samba.
Faltam poucos dias para o Carnaval e o Rio precisa de passistas altos para as escolas de samba.

Espero que esse post ajude a resolver pelo menos um problema de falta: a de concordância verbal; quanto à falta de passistas altos, sinto não poder ajudar. :-) Alguém se habilita? :-)
Gostaram do post? Deixem aqui seus comentários, dúvidas ou sugestões. Vou adorar ler!


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Wednesday, January 11, 2012

O que o TOEFL exige e como preparar-se

O TOEFL (Test of English as a Foreign Language) passou por muitas mudanças desde 1991, quando comecei a preparar alunos para o exame.
A última mudança, implantada no Brasil a partir de outubro de 2006, foi a que mais me agradou. Acho que o exame ficou mais difícil, porém mais adequado para avaliar as habilidades lingüísticas do aluno. Também acho que passou a exigir habilidades de raciocínio mais elevadas do que as necessárias anteriormente, quando a memória era a capacidade preponderante.
Hoje em dia, para estar bem preparado, o aluno precisa saber, além do inglês, como extrair e resumir conteúdo de textos escritos e orais. Isso requer o uso de funções cognitivas como, por exemplo, levantamento de dados com precisão e exatidão, a consideração de mais de duas fontes de informação e a discriminação entre dados relevantes e irrelevantes, para citar apenas algumas. Tudo isso tem de ser ativado muito rapidamente, pois o tempo de cada resposta na prova é curtíssimo, se comparado ao tempo que costumamos ter nas provas e exames no Brasil. Assim, o aluno precisa desenvolver essas habilidades juntamente com seu conhecimento de língua inglesa, se quiser obter um bom resultado.
Creio que a melhor abordagem para preparar alunos para esse formato do TOEFL seja a da Experiência de Aprendizagem Mediada, com a qual tenho obtido excelentes resultados. Para quem quiser entender como funciona, basta clicar aqui.
Conhecendo como seu raciocínio funciona, o aluno pode se apropriar das estratégias com muito mais rapidez do que em outras formas de estudo. E os resultados chegam mais rapidamente também. Mas que ninguém se engane: ainda assim é preciso muito treino e dedicação para obter um bom score.
Se tiverem alguma dúvida sobre este ou outros exames, deixem sua pergunta nos comentários. Vou adorar responder.


(Clipart gratuito aqui.)