Wednesday, July 23, 2014

UI, que dor!






Imagine esta cena:

Um cliente entra em uma loja de roupas masculinas e pede:

–Preciso comprar um teirno.
– Para que ocasião?
– Uma viagem de negóucios.
– Então, recomendo um tecido que não amasse na maila.
– Ótimo.
– Vou buscar alguns para o senhor escolher. Aceita uma água ou um suico enquanto espera?
– Não, obrigado.

Notou alguma coisa esquisita?
Primeiro: loja que oferece água e suico enquanto o cliente espera, só para os muito abonados!
Segundo: que jeito esquisito de falar é esse, gente? SuIco? MaIla?
Pois é, esse mesmo esquisito é o que pode causar estranheza ao ouvido de um falante nativo de inglês quando alguém diz:

/suit/ , em vez de /sut/ para dizer terno em inglês (suit)
/bíuzines/, em vez de /bíznes/ para dizer negócios em inglês (business)
/suitkeizi/, em vez de /sútkeis/ para dizer mala em inglês (suitcase)
/juis/, em vez de /djus/ para dizer suco em inglês (juice)

Colocar U e I onde não se deve provoca um problema que chamo de UI, ou seja, dor de ouvido em quem escuta. Brincadeirinha! 😀 Na verdade, o problema é a gente não ser entendido quando coloca o som a mais na palavra. 
Treine bem as palavras acima, portanto, para não sair por aí provocando UI nos outros!😉
E, para ter certeza de não ter uma recaída, sempre que passar aquele chatomercial do espremedor de suco - chamado pomposamente de juicer (juicer) - , mude imediatamente de canal (mesmo porque o comercial é muito longo e aborrecido!)
Todo professor de inglês sabe o estrago que uma propaganda com pronúncia inadequada em palavras inglesas faz na aprendizagem dos alunos.
Depois de o aluno ouvir um milhão de vezes aquela palavra repetida na propaganda, o pobre do professor fica em desvantagem na hora de ajudar a pessoa a acostumar com a pronúncia mais adequada.
Que professor (pelo menos os mais...digamos... maduros e experientes) não sabe da dificuldade para o aluno memorizar a pronúncia adequada de:
Success – lembram da marca de xampu? A propaganda dizia /SÂkces/, quando, na realidade, a sílaba tônica é a segunda: /sâkCÉS/.
Police – lembram da série Police Woman, professores experientes? A chamada para o programa anunciava /PÓlis/, quando a sílaba tônica, na verdade, é a segunda: /pâLÍS/.
Para ajudar meus alunos, costumo comparar com a palavra em português: poLÍcia – poLÍce; pelo menos o pessoal mais novo - mas nem tanto - sabe pronunciar certo por causa da banda The Police.
Agora temos esse famigerado infomercial (nome pomposo para propaganda que não acaba nunca) do Juicer, que vai deixar professores desta e de futuras gerações de cabelo em pé para ajudar os alunos a lembrarem da pronúncia adequada dos que crescerem ouvindo o I onde não deve!
UI, meu ouvido! ☺





* Cliparts que ilustram este post.

Monday, July 07, 2014

Para aprender um idioma, primeiro aprenda a frustrar-se

Como meus leitores sabem, estou aprendendo espanhol ou, pelo menos, tentando.
Quem diz que espanhol é fácil, nunca tentou aprender mesmo...
Claro que a gramática e o vocabulário são muito parecidos com o português e que ler em espanhol é sopa (gíria velha!) comparado com ler em tcheco, russo ou hebraico, etc, etc.
Mas tentem aprender os verbos direitinho, memorizando toda a conjugação com a grafia e pronúncia corretas. E o mais difícil ainda: tentem usar corretamente os verbos numa conversa...quando não dá tempo de pensar... Nossa! Que difícil! Mas estou me esforçando. Faço exercícios em livros, na internet e peço para a professora me tomar o ponto (expressão velha!)
Ou seja, no pain, no gain (sem esforço, não há ganho).
Quem acha que aprender qualquer idioma sem esforço e disciplina é possível, está enganado. Claro que o processo pode ser facilitado por  um professor competente e experiente, que tenha boa formação pedagógica e profundo conhecimento do idioma. Bons materiais e uma metodologia dinâmica ajudam. Agora, sem esforço do aluno para praticar, buscar oportunidades para ouvir, falar, ler e escrever o idioma, fica muito complicado.
O Ulisses Wehby, do ótimo blog Tecla SAP,   tem um texto muito bom com 10 dicas infalíveis para aprender um idioma. Logo no início ele já avisa que infalível não quer dizer simples nem fácil. Acrescento que também não quer dizer rápido...
Percebo isso muito claramente nos meus estudos de espanhol. Inúmeras vezes a professora tem de corrigir e explicar a mesma coisa, que juro que eu havia aprendido, mas que, na hora de falar, me escapa. Isso acontece por várias razões, que explicarei em um outro post. Por isso a persistência é tão importante.
E isso fica mais difícil com a frustração que acontece a cada etapa, a cada aula, a cada fala. Os erros são inevitáveis, por maior que seja o empenho, o esforço e a concentação. E continuarão a ocorrer, por muitos e muitos anos. No início, mais frequentes; depois, cada vez menos, mas sempre presentes.
Assim, eu acrescentaria à lista do Ulisses um 11º item: capacidade de conviver com a frustração.
Se você não conseguir persistir e manter-se motivado diante das frustrações, dificilmente vai falar um idioma estrangeiro. Por isso, é importante saber que frustrar-se é parte inerente ao processo de aprendizagem de uma língua. Minhas aulas de espanhol nunca me deixam esquecer disso... Mesmo assim, o prazer de falar um outro idioma supera tudo.
Espero que este post sirva de incentivo para que você, leitor, comece ou continue sua aprendizagem com muita determinação. A recompensa é muito boa!
Clipart gratuito aqui.

Wednesday, February 05, 2014

A Distância Aproxima!


Quando o preconceito injustificado contra a aprendizagem a distância vai começar a desaparecer?
A maior crítica a essa modalidade de ensino é que a qualidade não é a mesma do ensino presencial.
Pergunto: quando se fala em ensino a distância, de que distância estamos falando? Distância do quê ou de quem?
Um professor em uma sala de aula com quarenta alunos, passando o ponto na lousa, de costas para a classe, está presente mesmo?
Os alunos, rabiscando no caderno, mexendo no celular, dando tapão na cabeça do colega, usando drogas até, estão presentes mesmo?
A distância ou a proximidade entre alunos e professores depende de um ambiente adequado, é claro, mas o ambiente, por si só, não garante a qualidade da interação. E é a boa interação que vai ajudar a despertar ou aumentar o interesse pela aprendizagem.
Minha experiência com ensino a distância, tanto com pequenos grupos de até quinze professores em processo de formação ou atualização profissional, como com alunos particulares, que começou antes do advento do celular, torpedos, twitters e outras formas mais rápidas e mais baratas de comunicação, tem me mostrado que a distância aproxima. Isso soa paradoxal, mas, na verdade, principalmente aquelas pessoas mais tímidas, quando se veem diante da possibilidade de interação com uma menor exposição, ou seja, escrevendo mensagens sem ter de estar diante de uma plateia, ainda que diminuta, sentem-se muito mais à vontade para interagir.
Pessoas tímidas para falar em inglês comigo, quando sugiro uma aula via Skype, com a câmera desligada, soltam o verbo (no bom sentido!). Creio que se sintam mais protegidas quando estão apenas sendo ouvidas e não vistas. Muitas me contam que ficam mais à vontade e que se concentram mais. Por incrível que pareça, a concentração na hora da aula aumenta mesmo. E isso acontece tanto com alunos particulares como com pequenos grupos.
Acho que esse mundo da boa interação a distância (quando essa distância é apenas geográfica, bem entendido!) tem muito que ser explorado e, para isso, muitos preconceitos e pré-conceitos têm de ser superados.

Wednesday, December 18, 2013

Boas Festas! Feliz Natal! Próspero Ano Novo!

  Nas festas de Natal e Ano Novo  tentamos encontrar parentes e amigos que, na correria do ano, deixamos de ver. Por isso, aqui vai minha mensagem tradicional, em agradecimento aos meus leitores, que me acompanharam por mais um ano.
Em 2013 publiquei muito pouco aqui, porque estive muito ocupada com minhas aulas de literatura em línguas portuguesa e inglesa. Essas aulas normalmente demandam mais tempo do que as de língua, pois temos que ler vários livros ao mesmo tempo, além de revisar a crítica literária para cada período, autor ou obra. O bom  é que adoro fazer isso. O trabalho, então, vira diversão e acaba ocupando cada minuto de tempo livre, incluindo os fins de semana!
Uma das minhas resoluções para o novo ano, então, é tentar publicar com mais frequência, principalmente porque tenho muitos leitores fiéis e todo dia novos leitores surgem, apesar da minha inconstância nas mensagens. Sou muito agradecida por essa fidelidade!
Fiquei pensando muito sobre o que escrever. Não queria repetir o que já havia escrito antes.
Nos anos anteriores já expliquei a origem da palavra Christmas, também grafada Xmas em mensagens informais: Christ + mass é a Missa de Cristo. Cristo, no grego antigo, significava ungido. Missa tem uma origem curiosa. Inicialmente significava dispensa no latim vulgar; não despensa, aquele lugar onde antigamente se guardavam os alimentos. Quem tem condições de morar em casa com mais espaço ainda conserva a despensa, mas quem precisa se espremer nos apartamentos (“apertamentos”) de hoje em dia, em geral, dispensa

Os católicos geralmente não perdem a missa de Natal, que comemora o nascimento de Cristo. Mas não só os católicos. Creio que todos os cristãos celebram a data. Já escrevi sobre a origem da palavra Natal, por isso não repito aqui.

Também já falei sobre como se diz réveillon em inglês. Talvez os mais jovens nem saibam o que significa essa palavra, mas é para isso que este blog existe, entre outras coisas. Basta clicar no link para encontrar a explicação. Garanto que é interessante, como tudo que se refere às palavras.


Pensei então em escrever sobre as saudações em inglês usadas nessa época do ano, embora o politicamente correto tenha complicado até isso! 
Atualmente existe um movimento que pretende substituir, no comércio dos Estados Unidos pelo menos, o Feliz Natal pelo Boas Festas. Como o Natal está associado às religiões cristãs, algumas pessoas não consideram correto desejar Feliz Natal a pessoas de outras religiões ou ateias.
E isso tem gerado alguns conflitos até sérios porque, apesar de para muitos o Natal ser uma festa de confraternização sem relação nenhuma com a espiritualidade, para outros, a festa só existe por ter suas raízes no cristianismo e, portanto, desvincular a celebração do nascimento de Cristo é um desrespeito e até uma heresia.

Por conta disso, aconteceu um fato um tanto esdrúxulo nos Estados Unidos.  Uma mulher estava pedindo donativos para o Exército da Salvação à porta de uma loja de departamentos. Como é costume nessas ocasiões, ela tocava um sino chamando a atenção dos pedestres para que doassem dinheiro. 





Quando uma cliente passou por ela, em direção à porta da loja, ela a saudou dizendo “Boas Festas!”. A cliente então voltou e perguntou, “Você acredita em Deus? Então tem que dizer Feliz Natal!” e agrediu a mulher que pedia os donativos!

Ou seja, uma ocasião que deveria ser de paz e confraternização resulta em uma agressão, por causa de palavras! Viram só como as palavras são importantes? E podem até ser perigosas, como nessa história que contei aqui. 

Bem, então, como escolher a saudação mais adequada? Acho que, se você conhecer a pessoa, vai saber se ela é cristã ou não. Se for, pode dizer Merry Christmas (Feliz Natal). Se não for, diga Happy Holidays (Boas Festas). E se não quiser se arriscar a tomar uns tapas, como a mulher da história, não diga nada! Espere a pessoa te saudar e retribua da mesma maneira! 


Felizmente, a passagem de ano é uma festa menos controversa e, enquanto o politicamente correto não complicar, acho que estamos todos seguros se saudarmos uns aos outros com o bom e velho Happy New Year (Feliz Ano Novo)!

So, dear readers, Happy New Year!  





Tuesday, October 15, 2013

Feliz dia dos professores

Hoje comemoramos mais um dia dos professores no Brasil. A data é celebrada em dias diferentes, dependendo do país.
Desde que minha memória alcança, não me lembro de outra época em que a profissão estivesse tão em baixa como hoje. Professores em greve, vítimas da violência em sala de aula e na escola, ganhando mal, dividindo-se entre diversas escolas e horários para garantir um salário que passa longe de ser digno, salvo raras exceções.
Muitas pessoas no Brasil acham que ser professor é profissão de quem não conseguiu ser nada melhor na vida. Há um desprezo pela prática, o oposto do sentimento de admiração que o país nutre por seus jogadores de futebol, top models, atores globais e cantores onomatopaicos.
Mesmo assim, muitos ainda se dedicam com entusiasmo a essa vilipendiada tarefa. Escolhem trabalhar como professores, estudam por toda a vida, preparam centenas de aulas, para ter de prepará-las novamente a cada novo aluno, a cada nova turma. Corrigem trabalhos, fazem cursos de fim de semana, se encantam com as pequenas e as grandes conquistas de seus alunos, sofrem com suas dificuldades e problemas.
Por isso, hoje quero deixar minha homenagem aos meus colegas de entusiasmo e agradecer a todos os alunos que conseguem enxergar em seus bons professores o espírito que os impele a prosseguir e a se desenvolver.
Fonte do clipart.

Thursday, August 29, 2013

Going nuts on the nuts!

Outro dia vi escrito em um pacotinho de frutas secas: "Mix de nuts".
Fiquei pensando em que língua o pacote estava escrito. Uma mistura de português e inglês que mais atrapalha que ajuda.
Para comunicar melhor, precisamos estabelecer um código comum com o leitor ou ouvinte e nos manter dentro desse código tanto quanto possível. Evidentemente, os idiomas influenciam uns aos outros, incorporando palavras uns dos outros. Não existe língua "pura". E claro que na linguagem literária e poética isso é diferente. A arte busca criar impacto, muitas vezes subvertendo códigos. Mas isso é assunto para outra mensagem.
Aqui quero falar do tal pacotinho da discórdia. Ou seria o pacotinho da mixórdia?
Bem, vou tentar resumir o que o pacotinho me fez pensar:
"Mix de nuts" é mais curto de escrever do que "Nozes sortidas"? É, mas se for problema de espaço para escrever na embalagem, a diferença de tamanho no texto é pequena: o texto em português tem só 3 caracteres a mais. Então, não seria motivo. Isso não me responde por que alguém escolheria escrever o nome do produto nessa mistura esdrúxula. Talvez tenha sido um erro de digitação: em vez de digitar "Mixed nuts" (Nozes sortidas), a pessoa digitou errado ou escreveu certo e o corretor ortográfico corrigiu, ninguém percebeu a troca e o texto acabou impresso dessa maneira misturada na embalagem.
Outra coisa que fiquei pensando: ninguém mais fala ou escreve "sortido" hoje em dia... Lembro que, quando era criança, era comum ter produtos de tipos diferentes descritos assim. Por exemplo: "biscoitos sortidos", "bombons sortidos", etc. Isso significava que os biscoitos e bombons eram de vários tipos. Sortido vem do latim sortior, que significa "tirado na sorte".
Continuei matutando: sortido pode estar fora de moda, mas temos uma palavra mais curta e ainda em uso e que dá a mesma ideia que mixed: misto. Assim, o nome do produto ficaria curto e todo em português, aumentando a clareza: "Nozes mistas".
Mas aí tem outro problema: em português, diferente do inglês, a palavra noz costuma ser entendida apenas como o fruto da nogueira. Em inglês, nut tem o significado de todo fruto seco com uma única semente. Se olharmos no dicionário, veremos que em português também a palavra noz significa tanto o fruto da nogueira como qualquer outro fruto assemelhado. Em latim, nux, de onde se originou noz, significa fruto de casca dura. Assim, nozes mistas seria uma boa tradução para mixed nuts... se em português o uso corrente da palavra fosse reconhecido de maneira mais ampla do que é. Caso contrário, poderia haver confusão e muito cliente ficaria bravo: - O pacote diz que são nozes mistas e achei castanha-do-pará e amêndoa aqui dentro. Quero meu dinheiro de volta!

Bem, prosseguindo em minhas divagações linguísticas, pensei que em português ficaria claro se no pacote estivesse escrito "Frutas secas sortidas". Mas o pacote era pequenininho e talvez isso tudo não coubesse e, ainda por cima, sortido parece palavra que já foi para o museu. Então, talvez, melhor escrever "frutas secas mistas", mas são 19 caracteres contra os 11 em "mix de nuts" do texto original. Além disso, quando dizemos frutas secas, pensamos também em figos ou outras frutas desidratadas. Para complicar, existe a diferença entre fruto e fruta! As do pacotinho eram frutos, não frutas!
E a mixórdia linguística só aumentava!
Fiquei então pensando, como chamamos esses danados desses frutos, como por exemplo:  amendoim, que na verdade é um legume (!), mas que entra na categoria dos frutos secos em nosso cotidiano,  como são as castanhas, nozes, avelãs, etc?
Normalmente não precisamos mais pedir o produto no armazém. Vamos ao mercado e pegamos a embalagem, que comunica o conteúdo seja pela transparência, seja pela ilustração. Não é nem preciso saber ler para se comprar. Mas e se tivéssemos que pedir para o dono da venda, como pediríamos isso no Brasil?
- Quero umas nozes mistas?
- Me vê um frutos secos sortidos?
- Vou levar umas frutas secas mistas, por favor.
- Você tem mix de nuts?
O que os leitores acham? Como vocês pediriam isso no balcão? Para mim, a solução melhor é "nozes mistas", do ponto de vista da adequação linguística, mas sei que se falar assim com o dono da venda, vou ter de explicar. Em casa costumo dizer "frutas secas". Apesar da imprecisão vocabular, no contexto da minha casa todos sabemos do que estou falando. E essa é uma característica importante da boa comunicação: para nos entendermos, temos que ter conhecimento compartilhado.

Essa mensagem ilustra um pouco tudo o que pode se passar pela cabeça de um tradutor antes de ele se decidir por seu texto final. E embora pareça ser um processo demorado, tem que ser feito muito rapidamente, pois quanto mais o tradutor demora para achar uma solução, menos rentável fica o trabalho, já que ganhamos por lauda traduzida e não por tempo de trabalho.
Para que isso seja feito rápido, o tradutor precisa ter um conhecimento vasto não só do vocabulário nos dois idiomas, como também do registro linguístico, ou seja, em que contexto a comunicação acontece e entre que pessoas; além disso, é preciso ter conhecimentos gerais amplos, das mais diversas áreas, para não entregar para o cliente gato por lebre, ou fruta por fruto.

Para finalizar, espero não ter deixado vocês pirados (em inglês: nuts) com essa discussão toda. E essa conclusão explica o título da minha postagem: Going nuts on the nuts! (Pirando com as nozes!). Nuts em inglês também significa maluco, pirado.






Monday, July 22, 2013

Às vezes inglês é como português

Para os falantes de português é difícil memorizar qual a sílaba tônica (a mais forte) de algumas palavras inglesas que, na verdade, levam acento tônico na mesma sílaba que em português. Esse tipo de erro persegue os alunos de inglês durante muito tempo e o professor precisa ter paciência e entender que se trata de um fenômeno natural que se repete de um aluno para o outro.
Minha teoria é que o cérebro deve pensar assim: bom, essa palavra parece muito com o português, mas, como está em inglês, preciso adaptar a pronúncia, para ela soar como inglês.
Muitas vezes essa estratégia funciona, mas em alguns casos, associar a palavra com o português no que se refere à pronúncia da sílaba mais forte pode ajudar a memorização.
Assim, fiz uma lista das palavras que têm o mesmo acento tônico (sílaba mais forte) em inglês e português para os leitores memorizarem e não errarem mais. Mas é preciso se concentrar e repetir as palavras várias vezes, em inglês e português, para fazer a associação. As pessoas com predomínio de memória visual, que são a maioria da população, podem escrever as palavras, marcando as sílabas tônicas com letras maiúsculas e cores diferentes, como fiz abaixo.
Aqui vão algumas delas:

Português: hoTEL - Inglês: hoTEL
Português:  pocia - Inglês: poLIce
Português: suCEsso - inglês: sucCEss
Português: JaPÃO - inglês: JaPAN

Também ajuda colocar todas as palavras em uma frase e ficar repetindo (pode ser mentalmente, na fila do banco ou em voz alta, no banho, por exemplo). Se rimar, então, melhor ainda para seu cérebro guardar:

Be a sucCEss in your English class!
Pronounce JaPAN, hoTEL and poLIce
With the stress like in Portuguese!

Depois deixem um comentário aqui para me dizer se a técnica ajudou. E surpreendam seus professores na próxima aula.


Clipart do moço confuso com a pronúncia aqui.

Saturday, April 13, 2013

O Anjo Inacabado

Acabou de ser publicado um livro infanto-juvenil que tive um enorme prazer em traduzir.
O Anjo Inacabado, de Sharon Creech, publicado pela Editora Fundamento, conta a história de um anjo que não sabe ao certo qual sua missão na terra. Ele faz amizade com uma menina, Zola, a única que pode enxergá-lo. Assim, o anjo vai tentando descobrir qual sua missão por aqui.
A história é uma graça, até para leitores adultos. Meio como um Pequeno Príncipe do século XXI.

O mais divertido para mim foi traduzir a linguagem confusa do anjo, que logo avisa que não sabe falar todas as línguas como seria normal para um ser de sua espécie. Ele se atrapalha com a pronúncia, a gramática e até cria novas palavras.
Foi muito bom buscar elementos na língua portuguesa que criassem os mesmos efeitos de som, grafia e estrutura do texto original. Além disso, como a história se passa nos Alpes suíços, tive de apelar também para meus conhecimentos de italiano para adaptar algumas palavras que, se usadas como no original, não teriam o mesmo efeito pretendido no texto em inglês.

Recomendo a leitura para pais, tias, tias e todos que queiram ajudar crianças a desenvolverem gosto pela leitura. Os capítulos são curtos e podem ser lidos um por noite, por exemplo.
A Fundamento caprichou na capa e nas páginas, que trazem pequenas ilustrações,  refletindo a delicadeza do texto.

Thursday, April 11, 2013

Como é ciúme em inglês?

Ciúme em inglês se diz jealousy. Esse sentimento também é descrito em inglês  como the green-eyed monster (o monstro de olhos verdes). Bastante assustadora a imagem, hein?
Em linguagem bíblica a palavra significa "não tolerar infidelidade ou deslealdade".
Para expressar em inglês "tenho ciúme de fulana", dizemos "I'm jealous of So-and-so."

Para os leitores que quiserem entender mais sobre essa questão, não do ponto de vista da língua, mas da cabeça, ou seja, segundo a psicanálise, recomendo o livro do Professor Leonardo Luiz, juntamente com outros autores e que estará a venda a partir desta segunda feira, 15.04.2013.


Nos vemos no lançamento?


Wednesday, March 27, 2013

Páscoa e Pesach são palavras-irmãs, sabia?

A Páscoa é símbolo de renascimento.
Bom motivo para pensarmos sobre a origem da celebração e o nascimento das palavras. Que tal?

Easter (Páscoa em inglês), acredita-se, deriva de Eostre, deusa anglo-saxã da primavera, associada a símbolos de procriação, como os ovos e coelhos usados pelo comércio para representar a data.
Já a palavra Páscoa vem do hebraico pesach pelo grego, páscha, e significa passagem. Os cristãos celebram a ressurreição de Cristo no domingo de Páscoa, ou seja, a passagem de Cristo da morte para a vida eterna. 
Pesach também deu origem a Passover em inglês, que é o nome dado à celebração da fuga dos judeus do Egito, liderados por Moisés. Em inglês, podemos nos referir a esse feriado como Passover (Pesach), ou seja, com a mesma palavra que deu origem à palavra Páscoa dos cristãos.
Aproveite a ocasião para também treinar seu inglês, assistindo a este vídeo do History Channel.
Se você for professor, pode usar o texto aqui do blog para discutir o assunto com seus alunos e depois mostrar o vídeo. Tenho certeza de que eles vão entender e gostar. Despois, volte aqui para me contar como foi, ok?

Tuesday, January 29, 2013

Para quem gosta de ler

Em novembro de 2012 fui ver O Andante, que volta ao cartaz em 2 de fevereiro de 2013, no Teatro Eva Herz, dentro da Livraria Cultura na Avenida Paulista em São Paulo.

Para começar, pegamos o elevador para chegar ao teatro e fiquei feliz ao ver que ele desemboca em um corredor bem onde estão as estantes de livros de idiomas, minha paixão. Fui andando e lendo as capas dos títulos em italiano, francês, alemão...

Assistir à peça foi como uma continuação da caminhada por aquele corredor de palavras, uma viagem pelo tempo e espaço, pela loucura e a sanidade, pela razão e pelo sonho. Uma viagem contada por uma compilação de trechos de textos de vários autores, que pode parecer desconecta a princípio, mas que vai revelando os temas que são caros ao Andante.

Elias Andreato é o Andante,  narrador de sua própria história que, ao falar de seu amor pelas palavras,  busca descobrir se é louco ou são, se existe ou não, como um Hamlet-mendigo-andarilho  se perguntando a todo momento, "quem sou eu?" e que, perguntando-se "quem sou eu", pergunta também "quem é você?".

Se vocês, assim como eu, adoram as palavras, não deixem de assistir a esse revelador monólogo. E subam de elevador! :)







Monday, January 14, 2013

Pratique ler e seguir instruções em inglês


Para quem já é aprendente de inglês em nível intermediário e para os professores que quiserem usar jogos para ensinar directions em inglês, vale a pena visitar este endereço:

Pode-se escolher o tipo de jogo para ler as instruções e segui-las, conforme as opções dadas. Pode-se jogar contra o relógio ou não. Bonitinho e instrutivo.
Boa diversão!

Wednesday, January 02, 2013

Cavalos gigantes para afugentar paparazzi!



Acabei de ouvir uma notícia na TV que me fez largar o trabalho e prestar atenção. O programa sobre celebridades anunciava:

"Uma cantora americana acaba de comprar uma mansão de 9 milhões de dólares para se livrar dos paparazzi. Uma casa tão grande que tem até estaleiro para cavalos!"

Fiquei momentaneamente confusa. Tive de pensar no que havia me chamado a atenção.
Seria o nome da cantora, uma dessas que vive entrando e saindo das clínicas de reabilitação (em inglês, rehab) e que se mete em um escândalo por dia? Não! Isso não é mais novidade.
Teria sido o impressionante preço da mansão?
Nãããão! Perto do que a corrupção desvia de dinheiro no Brasil, o preço da mansão é café pequeno (em inglês: It's peanuts!).
Eureca! Descobri!
Tinha sido a frase "estaleiro para cavalos".
Fiquei raciocinando por que aquilo me distraíra do meu trabalho.
Concluí que foi ter me dado conta do tamanho dos cavalos! Meu Deus! Para precisarem de estaleiro, em vez de estrebaria, imaginem o tamanho dessas coisas!!
Duvido que algum paparazzo vá chegar perto de uma casa com uns cavalões desses!

Wednesday, December 19, 2012

Merry Christmas!!



Aos meus queridos leitores, gostaria de desejar um Feliz Natal (em inglês: Merry Christmas!) e agradecer a simpatia de todos que participaram do meu blog neste ano, lendo, aprendendo, ensinando e deixando simpáticas mensagens.
Aliás, o blog já completou 6 anos no ar (ou melhor, na blogsfera!), com mais leitores a cada dia. Encerramos 2012 com mais de 50.000 visitas, ou seja, cerca de 140 leitores por dia. Como o blog não tem nenhum tipo de divulgação além daquela feita pelos próprios leitores, tenho muito que agradecer a todos que compartilharam meus posts este ano!
Deixo aqui dois presentes em retribuição:

1. O significado da palavra Christmas
“Celebração (missa) de Cristo”: Christ (Cristo) + Mass (missa)

2. Um vídeo sobre a origem da data.
Espero que gostem!
A Very Merry Christmas and a Happy New Year!

Como se diz Réveillon em inglês? E em português, hein?!!?

Antigamente (não tão antigamente assim, pois me lembro e não sou tão velhinha...), era comum batizar lugares com nomes franceses e usar palavras francesas para designar objetos do dia a dia. Quando saíamos para dançar, não íamos para a balada, mas para a boîte (boate), que, na minha cidade, se chamava Chez Moi (Minha Casa ou Na Minha Casa) . Na coluna social do jornal, para dizer qual era o nome de solteira de uma mulher, se escrevia antes do sobrenome: neé Silva, ou seja, nascida com o nome de Silva. Quando alguém estava tendo um caso com outra pessoa, ou seja, ficando, dizia-se que estavam tendo um affaire. Para ir ao banheiro em um lugar público, pedíamos para ir ao toilette... E por aí afora... Muitas dessas palavras estão presentes em nosso vocabulário, mas nem nos lembramos mais de onde vieram: restaurante, abajur, tricô...
É francesa também a palavra Réveillon (pronunciamos rêvêión), que utilizamos para designar a passagem do ano, a véspera do primeiro dia do ano. Em inglês, dizemos New Year's, que é uma abreviação de New Year's Eve (Véspera de Ano Novo). Pensando bem, talvez nem tanta gente diga  Réveilon para se referir à passagem de ano... Acho que muitas pessoas estão passando a dizer Ano Novo. Por exemplo: "Onde você vai passar o Ano Novo?". Eu, como sou do século passado, continuo dizendo Réveillon mesmo. É um jeito de preservar um pouco a história da influência do francês em nossa língua, hoje repleta de termos do inglês, um fenômeno natural, embora algumas vezes os empréstimos sejam desnecessários. Mas isso é assunto para outra mensagem.
Então, agora que já sabemos tudo isso, é só comemorar!
Bom Réveillon! Feliz Ano Novo!!!
Happy New Year!

Monday, November 26, 2012

Os indesejáveis do verão

O verão de 2010 trouxe uma série de coisas indesejáveis para nosso querido Brasil, como o mosquito da dengue, as enchentes, viroses no litoral e o by em todo lugar. Explico:
Agora, nada mais é da autoria ou propriedade de alguém. Tudo é by (que quer dizer de ou por em português).
Alguns exemplos da imprensa e publicidade:

"Foto by Fulano de Tal",  em vez de "Foto de Fulano de Tal".
"Creme hidratante by Fulana de Tal", em vez de "Creme hidratante da Fulana de Tal".

De onde veio essa praga, gente? Teria sido trazida pelo El Niño?
Como é que se combate isso? Inseticida acaba com insetos. Seria necessário inventar um Byticida???!?

Não, não é preciso inventar tecnologia nova. Essa praga, que serve apenas para dar um (falso) ar  de sofisticação como se escrever a boa e velha preposição de em português deixasse o produto ou a obra menos nobre, pode ser facilmente combatida com bons professores de redação em agências de publicidade, faculdades de comunicação, jornalismo etc, etc.

Na minha modesta opinião, qualquer produto ou trabalho que seja by Fulano, sempre me passa a impressão de exibicionismo e não da pretendida sofisticação. Por isso, nem olho.

Então, se você souber de alguém contaminado com by, professor de português nele! Produto disponível em qualquer cidade do Brasil! Em pessoa ou virtualmente!

Thursday, October 25, 2012

Que mal fiz para merecer isso?


É isso que todo aluno de inglês deve pensar quando o professor resolve lhe explicar os fatos da vida.

Alguns professores, para evitar um trauma, podem começar com um alerta (em inglês, "a heads-up"):

-Tem uma coisinha que não te expliquei ainda, mas agora acho que já é hora: Sabe os verbos regulares, aqueles aos quais só precisamos acrescentar -ed para formar o passado? Então, o que não contei ainda é que esse -ed pode ser pronunciado de três formas diferentes, dependendo do som (não da letra!) que vem antes do -ed.

E o aluno:

- Que mal fiz para merecer isso?

A boa notícia é que, com um pouco de treino (está bem vá, não vamos dourar a pílula: é preciso um bom número de horas de prática), é possível aprender de forma definitiva como pronunciar esse sufixo.

O leitor Marcelo me deixou uma mensagem muito simpática no post "Falar Italiano é Fácil", pedindo dicas para aprender a pronúncia do -ed e, depois, me deixou algumas dicas de sites. Em um eles, selecionei um exercício para vocês.

Divirtam-se!

Sunday, October 14, 2012

Dia da professora (Afinal, as mulheres somos maioria na profissão!)


Hoje o post é especial para meus colegas professores.
Como em 15 de outubro celebramos essa profissão tão em descrédito no Brasil atual, pensei em deixar aqui de presente alguns endereços de sites (sítios, em bom português) para facilitar nossa nada simples vida.

O site autoenglish traz uma infinidade de atividades e jogos em handouts gratuitos. Não é preciso nem se registrar! Bom para usar com alunos iniciantes. A maior parte das atividades é mais apropriada para crianças, mas há várias que podem ser adaptadas para adultos. Gosto das que ajudam a fixar vocabulário.
O site elllo é meu favorito para ajudar os alunos a praticarem/avaliarem compreensão oral. Os temas são muito ricos e os textos e gravações soam naturais. Tudo com jogos com figuras. Existe muito material, mas é possível fazer uma busca por nível, tópico, país ou meio (áudio, vídeo, etc.) Faça a busca pelos links no lado esquerdo da tela.

Como professor de inglês não pode nunca parar de estudar, sugiro o site Grammar Girl, com ótimas explicações sobre os usos da língua em podcasts que podem ser baixados gratuitamente, sem necessidade de registro. Já baixei alguns e fico escutando nas horas de folga (sim, hora de folga de professor = estudo!) Ótimo também para quem, como eu, prepara alunos para o TOEFL, SAT e GMAT. Ah, e alunos se preparando para esses exames também podem estudar ali de uma maneira bem eficiente, treinando também a compreensão oral, exigida no TOEFL. Ouviram bem, meus alunos? (Professor não perde a chance de pegar no pé!...)

E para encerrar, como homenagem especial, fica o link para um lindo poema de Robert Frost:  "The Road Not Taken"


Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,          
And that has made all the difference.            



Nós, professores, ao optarmos por essa profissão, escolhemos a estrada mais difícil. E isso faz toda a diferença, para quem ensina e para quem aprende.













Feliz dia da professora! (E do professor também, meninos!)

Sunday, June 24, 2012

É ridículo dizer moda fashion. Saiba por quê.

Tenho ouvido na TV alguns apresentadores dizerem que estão mostrando um desfile de moda fashion; ou que na cidade está se realizando um grande evento de moda fashion. Será que é preciso explicar por que não se deve falar assim? Acho que não. Mas vocês sabem como é professor, certo? Adora explicar, mesmo que ninguém tenha perguntado.
Ora, moda e fashion são duas palavras que significam a mesma coisa! Trata-se de uma redundância. É como dizer: "Vai haver uma grande liquidação sales". Ou, para não esquecer a já clássica e infeliz expressão, que depois de muito usada com ar superior por alguns, hoje desperta frouxos de riso em quem ouve: "Vou fazer um MBA para ter um plus a mais em meu currículo."
O dicionário ensina que fashion, style, mode e vogue são sinônimos, embora sejam palavras usadas em registros e contextos diferentes.
O dicionário Aurélio informa-nos que moda vem de mode, do francês.  Portanto, moda em português equivale a fashion em inglês.
Creio que as pessoas dizem moda fashion para referir-se ao que há de mais moderno em voga. Por que não dizer então: Moda atual, moda contemporânea, últimos lançamentos da moda? Que se diga "Semana fashion" em vez de "Semana da moda", já é difícil de aguentar; agora, moda fashion, já é demais... Ou não? O que vocês acham? Deixe seu comentário aqui. Vou adorar ler.
 Clipart source

Wednesday, May 23, 2012

Não torça o nariz para os quitutes da Maria Luiza!


A leitora Maria Luiza me pergunta, a respeito do texto sobre implicância alimentar, como dizer em inglês, “Alguém que torce o nariz para os meus quitutes”.
Primeiro, pensei que quitutes seria bem traduzido por delicacies, plural de delicacy. Mas resolvi investigar outros sinônimos e descobri outra verdadeira delícia, não culinária, mas vocabular: kickshaw!
Meu incansável e inseparável dicionário (www.answers.com/) online, gratuito, com som, tradução para várias línguas e etimologia da palavra, mais uma vez não me falhou.
Segundo o Answers (olha a intimidade com o dicionário!), kickshaw deriva do francês quelque chose (qualquer coisa), no sentido de algo especial, bom, como em “Essa musse de chocolate está qualquer coisa (de bom)!”
Quanto à expressão torcer o nariz, em português significa o mesmo que desaprovar, desdenhar. Poderíamos traduzir como disapprove, disparage. Contudo, como temos aí uma expressão idiomática relacionada a uma expressão facial, ou seja, o ato de franzir ou torcer o nariz para demonstrar que desgostamos de algo, creio que para uma boa tradução, o melhor seria escolher uma expressão que guardasse uma maior proximidade entre a idéia comunicada em português e a traduzida para o inglês. Sendo assim, acredito que torcer o nariz, em inglês, fica bem traduzido como frown on/upon, que significa franzir a testa. Muda a parte do rosto sendo franzida, mas a idéia é a mesma. :-)
E vejam só o que descobri em outro ótimo dicionário gratuito online: frown deriva do francês, froigner, que significa, literalmente, virar o nariz para cima, ou seja, torcer o nariz! Fascinante, não?
Assim, Maria Luiza, sua frase ficaria:
“Someone who frowns on/upon my kickshaws.”
Agora você já pode dizer para esses inconvenientes que ousam desdenhar da sua culinária: “Don’t frown upon my kickshaws!” (“Não torçam o nariz para meus quitutes!”).
Ressalto que tanto a palavra quitutes como kickshaws não são muito frequentes nos seus idiomas de origem, por isso a tradução de quitute para kickshaw ser apropriada nesse contexto. Ambas as palavras têm um tom mais formal. Além disso, a expressão frown on/upon também é usada em contextos menos informais. Um termo mais coloquial para expressar a mesma ideia seria look down on. Ex.: They looked down on the food I had worked so hard to prepare. (Eles desdenharam / fizeram pouco da comida que me esforcei tanto para preparar.)
Viram como tradutor sofre? Rsrsrsrs... Não basta saber a palavra no outro idioma. Temos de saber quem falou, para quem falou, com que intenção e em que contexto sociocultural... E depois traduzir tudo isso e não necessariamente todas as palavras. Mas isso é assunto para outro post.